Páginas

HISTORIA DA RADIOLOGIA

INTRODUÇÃO
Em 8 de novembro de 1895, um professor de Física teórica, o Doutor Wilhelm Conrad Roentgen , descobriu os raios X, em Wurzburg (Alemanha) , a partir de experiências com ampolas de Hittorf (Johann Wilhelm Hittorf - físico alemão) e Crookes( William Crookes- físico e químico inglês). Ao anoitecer do dia 8 de novembro de 1895, Roentgen escolheu um dos tubos Hittorf- Crookes de que dispunha em uma estante de seu laboratório, recobriu-o, com cuidado, usando uma cartolina preta , escureceu totalmente o laboratório e ligou o tubo aos eletrodos da bobina de Ruhmkorff. Ao passar a corrente de alta tensão através do tubo, verificou que nenhuma luz visível atravessara a cartolina preta que o revestia. Preparava-se para interromper a corrente de alta tensão quando percebeu que, a cerca de 1 metro do tubo, havia uma luz fraca. Sem entender o que se passava, Roentgen acendeu um fósforo e, com surpresa, verificou que a forma da misteriosa luz era um pequeno écran de platinocianeto de bário deixado sobre um banco. Roentgen sabia que a luz do écran não provinha dos raios catódicos e que pela distância , seria ela algum tipo de radiação. Sem saber qual a radiação, deu-lhe o nome de raios X.

Wilhelm Conrad Röntgen (1845--1923)

Wilhelm Conrad Röntgen (1845--1923)
Em 22 de dezembro de 1895, Roentgen fez a primeira radiografia da História, de uma das mãos de Anna Bertga Ludwig Roentgen, sua mulher (cerca de 15 minutos de exposição).

Fig-1.2 Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)

Fig-1.2 Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)
Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)
Em 23 de janeiro de 1896, Roentgen proferiu a primeira e única conferência científica a respeito de sua descoberta, na Sociedade Físico- Médica de Wurzburg. Nessa conferência, fez a radiografia da mão do anatomista Albert von Koelliker. Em 1901, recebeu o prêmio Nobel de Física pela descoberta. Os instrumentos reunidos por Roentgen e pelos primeiros eletrorradiologistas (operadores de raios x) resultaram em uma cadeia emissora de raios X de baixo rendimento (1 a 2mA), fazendo com que a radiografia da mão necessitasse de vários minutos de exposição, e a do crânio, cerca de 1 hora. Adaptação da descoberta de Roentgen para fins médicos foi feita por eletrorradiologistas e engenheiros.


Ambrose e Hounsfield, em 1972 apresentaram um novo método de utilização da radiação para medir descontinuidade de densidades, obtendo imagens, inicialmente do cérebro, com finalidades diagnósticas. Nesse método cujo desenvolvimento transcorria há 10 anos, seriam feitas diversas medidas de transmissão dos fótons de raios X , em multiplos ângulos e, a partir desses valores, os coeficientes de absorção pelos diversos tecidos seriam calculados pelo computador e apresentados em uma tela como pontos luminosos, variando do branco ao preto, com tonalidades internediárias de cinza. Os pontos formariam uma imagem correspondende á seção axial do cérebro, que poderia ser estudada ou fotografada para avaliação posterior. Hounsfield acreditava que um feixe de raios X continha mais informações do que aquela que seria possivel capturar com o filme, e pensou que um computador talves pudesse ajudar a obtê-las.
A Tomografia Computadorizada médica começa a desenvolver-se nos anos de 1960, de forma lenta, por falta de apoio matemático. A mais prematura demonstração foi feita pelo neurologista William Oldendorf, que, em 1961, construiu manualmente um sistema de construção de uma seção transversal de um objeto constituído de argolas de ferro e aluminio. Embora inventivo, o estudo experimental usou um método considerado tosco de uma retroprojeção simples. O invento resultante, patenteado, era considerado impraticável porque necessitava de extensa análise.
A contribuição matemática fundamental para o problema da reconstrução foi feita em 1963 e 1964, por Allan Cormack, físico e matemático. Ele estudava a distribuição dos coeficientes de atenuação do corpo para que o tratamento por radioterapia pudesse ser bem direcionado para tumor-alvo. Além disso, também estava desenvolvendo um algoritmo matemático para reconstrução trimensional da distribuição da concentração de radionuclídeos a partir dos dados coletados de um equipamento de "câmara- pósitron", desenvolvido em 1962.
Nesse momento surge a figura de Hounsfield (Fig- 2.5). Engenheiro, experiente com radares, particularmente interessado em computadores, e com total liberdade da EMI para realizar suas pesquisas, foi o criador do primeiro computador totalmente transistorizado da Inglaterra. E já tinha idéias de estudar o interior de objetos tridimensionais a partir da rconstrução obtida pela absorção heterogênea de radiação pelos diferentes componentes. Criou o protótipo e inicialmente, usou uma fonte de amerício- 241, emissora de raios gama. O tempo de aquisição da imagem foi de 9 dias, e o computador levou 150 minutos para processar uma simples imagem. A seguir, Hounsfield (Fig-2.6) adquiriu um tubo e uma gerador de raios X, provavelmente porque os raios X tinham suas propriedades bem conhecidas, sendo uma fonte confiável de informação. Assim, o tempo de aquisição das imagens foi reduzido para 9 horas.


Protótipo de Hounsfield

Protótipo de Hounsfield
Protótipo de Hounsfield

Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na pare

Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na pare
Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na parede atrás dele.
Após várias imagens experimentais com peças e animais, foi feita a primeira imagem diagnóstica, em uma paciente, selecionada pelo Drº Ambrose, com suspeita de tumor, no lobo frontal esquerdo, ainda não confirmado, a imagem obtida, mostrando a lesão causou euforia em Hounsfield e na equipe. Essas primeiras imagens foram monstradas no Congresso Anual do British Institute of Radiology, em 20 de abril de 1972. As reações foram de empolgação. Curiosamente, Hounsfield havia mostrado imagens seccionais de peças de cadáveres e de animais no congresso europeu realizado em Amsterdã no ano anterior, sem despertar nenhum interesse. A comunidade médica ali reunida não precebeu nem teve noção da revolução que se aproximava.
Em 1973, após 18 meses de uso do primeiro equipamento construído com finalidade clínica, Hounsfield e Ambrose apresentaram os resultados e sua experiência em artigos publicados.
O primeiro tomógrafo do Brasil foi instalado em São Paulo, no Hospital da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficiência, em 1977. Logo depois, o primeiro aparelho do Rio de Janeiro iniciou funcionamento, em 28 de julho de 1977, na Santa Casa da Misericórdia. A tecnologia não parou de evoluir, criando os aparelhos chamados de segunda, terceira e quarta gerações, os modelos helicoidais, cada vez mais rápidos, com imagem mais refinada, tempo de realização do exame mais curto e custo de produção menor, reduzindo acentuadamente os preços dos equipamentos e dos exames. Atualmente já existem, na prática médica , os tomógrafos multidetectores de 64,128 e 320 canais, o que transformou o estudo cardíaco pela radiologia. Esses exames fazem os exames em apnéia de aproximadamente 6 segundos. Surgindo em um momento no qual se pensava que a tomografia computadorizada não tinha mais pra onde evoluir, a aquisição volumétrica foi patenteada em 1976 e, em junho de 1980, imagens tridimensionais com resolução de 1.200x1.200 pixels foram obtidas e exibidas quase em tempo real.

Site da Conter

kit

Radiologia Contrastada

                                 Esofagograma
Métodos de exame
As radiografias simples do tórax têm pouca utilidade, mas estão indicadas em certas situações, tal como quando um corpo estranho opaco, talvez um osso ou uma moeda, fica preso no esôfago. O enfisema cervical ou mediastinal visível nas radiografias simples geralmente indica ruptura do esôfago ou do trato respiratório. Este achado deve conduzir a um exame contrastado.
Na fluoroscopia, o esôfago pode ser estudado pelas técnicas somente com contraste, de duplo contraste ou de relevo mucoso, usando-se filmas grandes, a câmera fluroscópica e a gravação de vídeo. De maneira geral, faz-se apenas o exame somente com contraste quando se usam as técnicas habituais. A técnica somente com contraste usa bário de densidade média ( 50 a 60 W/V), enquanto a de duplo contraste emprega bário pesado ou denso ( 200 + % W/V ) juntamente com pó efervescente dado com água imediatamente antes da ingestão de bário. Na técnica de relevo mucoso o esôfago é radiografado depois que o bário passou e as pregas mucosas colapsadas ainda são visíveis.
Outros exames especiais do esôfago com bário exigem o uso de produtos alimentícios como marshmallows, pedaços de biscoitos impregnados com bário, pasta de bário e comprimidos de bário. As estenoses e os distúrbios da motilidade do esôfago são mais bem avaliados com técnicas do que com o bário líquido apenas. As soluções com compostos orgânicos iodados hidrossolúveis que podem ser usados quando se suspeita de perfuração do esôfago são alternativas para o sulfato de bário Essas soluções alternativas impedem a deposição permanente bário nos tecidos moles, onde permanece como corpo estranho. A desvantagem do contraste hidrossolúvel iônico é a irritação da mucosa traqueobrônquica. Assim, não se aconselha o seu uso quando se suspeita de aspiração ou fistula traqueoesofagiana. O sulfato de bário é inerte na árvore traqueobrônquica. A tomografia computadorizada é útil para se estudar a extensão de processos que começam no esôfago e atingem o mediastino
Objetivo:
O objetivo de um esofagografia é estudar radiologicamente a forma e a função dos mecanismos de deglutição da faringe e do esôfago.
Indicações:
Algumas indicações clínicas para uma esofagograma incluem:
- Anomalias anatômicas
- Comprometimento da mecânica da deglutição
- Obstrução por corpo estranho
- Refluxo esofágico
- Varizes esofágicas

Metodologia:
Paciente em ortostático. Neste exame o paciente deverá ingerir cerca de 150 ml de contraste de sulfato de bário em três fases, ou seja, 50 ml em cada fase.
- Na primeira fase, irá ingerir 50 ml de contraste e realizar a incidência AP de esôfago
- Na segunda fase, irá ingerir 50 ml de contraste e realizar a incidência oblíqua ( OA )
- Na terceira fase, irá ingerir 50 ml de contraste e realizar a incidência P ( perfil)
- R.C. - perpendicular ao tórax, entrando na fúrcula esternal
- Incidências adicionais são adquiridas com o auxilio da fluoroscopia de acordo com as intercorrencias do exame.
- Chassis - 24 x 30 na longitudinal
       - Com Bucky



Esôfago / Estômago / Duodeno ( E.E.D.)
Métodos de exame: 
O exame fluroscópico-radiográfico da parte proximal do intestino com uma suspensão de sulfato de bario foi padrão durante anos. O exame com um único contraste usa 180 a 300 ml de bário de densidade média ( 50% a 60 % W/V ). Administram-se pós-efervescentes junto com bário pesado ou denso ( 200 % W/V +) para fazer o exame com duplo contraste. O método de duplo contraste possibilita melhor visibilização da superfície mucosa. Isto é muito importante para detectar erosões superficiais e pequenas lesões polipóides. Alguns investigadores fazem o exame bifásico, que comporta aspectos das técnicas com contraste único e duplo. Usa-se contraste hidrossolúvel quando há suspeita da perfuração do estômago ou do duodeno. O uso de pequenas doses de glucagon para inibir temporariamente a motilidade pode ser valioso. A tomografia computadorizada e a ultra-sonografia podem revelar uma volumosa massa gástrica, porem não são os principais exames na descoberta de lesões gastroduodenais. A tomografia computadorizada é muito útil no estadiamento pré-operatório de lesões malignas. 

Objetivo:
O objetivo da E.E.D. é estudar radiologicamente a forma e a função do esôfago distal, estômago e duodeno, bem como detectar condições anatômicas e funcionais anormais.
Indicações Clínicas:
Algumas indicações clínicas para o E.E.D. incluem:
- Úlceras pépticas
- Hérnia de hiato
- Gastrite aguda ou crônica
- Tumor, carcinoma benigno
- Divertículos
-Bezoares

Preparo do paciente:
Jejum absoluto de 8 a 10 hs antes do exame.
- O paciente é instruído a não fumar cigarros ou mascas chicletes durante o jejum.

Metodologia:
Esôfago: paciente em ortostático. Neste exame o paciente deverá ingerir cerca de 150 ml de contraste de sulfato de bário em três fases, ou seja, 50 ml em cada fase.
- Na primeira fase, irá ingerir 50ml de contraste e realizar e incidência AP do esôfago.
- Na segunda fase, irá ingerir 50 ml de contraste e realizar a incidência oblíqua ( OA )
- Na terceira fase, irá ingerir 50 ml de contraste e realizar a incidência P ( perfil)
Estômago e duodeno: posteriormente o estudo da cárdia em ortostático, o paciente irá tomar o restante do contraste, podendo chegar até 350 ml dependendo da estrutura gástrica do indivíduo, e serão realizados estudos do fundo gástrico, pequena e grande curvatura, corpo, antro e esfíncter pilórico.O bulbo duodenal deverá ser estudado cheio e vazio até o seu segmento horizontal ascendente.
Antes que haja muito extravasamento para as alças jejunais é necessário realizar a manobra chamada valsalva, que consiste em colocar o paciente de preferência em trendelemburgs, esse respirando fundo, forçando a saída do ar sem deixá-lo sair, causando assim um esforço abdominal dando ênfase ao estudo da cárdia ( hiato esofagiano ). Esse estudo pode ser complementado solicitando que o paciente tome um gole d'água, e em trendelemburgs obtendo aquisições de imagens no momento da passagem do líquido na região cárdia e fundo gástrico. Serão realizadas apenas radiografias panorâmicas em Dec. Ventral.
O duplo contraste que consiste na ingestão de um agente anti-ácido para estudos das mucosas, bem como algumas outras manobras são sugeridas e realizadas a critério médico.
R.C. - Posicionado dinamicamente guiado pela fluoroscopia

            Trânsito Intestinal
 
ESTUDO CONVENCIONAL COM BÁRIO


O método convencional de se estudar o intestino delgado com sulfato de bário é um prolongamento do exame do estômago e do duodeno (EED). Comumente, o paciente ingere um total de 480 a 600 ml de bário de densidade média ( 50 a 60 W/V ). Faz-se flagrantes fluoroscópicos e radiográficos do intestino delgado a intervalos de 20 a 30 minutos até que o cólon se encha. Na fluoroscopia, observa-se a motilidade das alças do delgado e se detecta qualquer processo focal anormal, tal como aderência, tumor ou hérnia. Este ciclo é respeitado até o bário chegar ao cólon, em cujo momento obtém-se flagrantes fluoroscópicos e radiográficos do íleo terminal.
Observam-se espessamento, retificação, dilatação, nodularidade ou uma combinação desses padrões de pregueamento em várias doenças focais e difusas do intestino delgado. Em geral, o diagnóstico correto depende da correlação com achados clínicos e laboratoriais. Pode ser necessária biópsia para confirmação final. Por vezes, entretanto, a correlação dos achados clínicos com os estudos do delgado resulta em um diagnóstico confiável.
ESTUDO POR ENTEROCLISE
A infusão de bário a 100 ml/minuto por um tubo naso-intestinal cuja ponta fica de preferência um pouco além da junção duodeno-jejunal excede em muito a velocidade de esvaziamento gástrico. Neste método, o estômago não fica superposto ao intestino delgado e há controle completo do fluxo de bário durante o exame. A infusão de bário no intestino delgado pode vencer rapidamente quaisquer obstáculos, como massas ou aderências, que a peristalse normal só supera lentamente. Além disso, pode-se infundir metilcelulose depois de bário para se obter o efeito de "transparência” ou duplo contraste e conseguir melhor visibilização das pregas mucosas. A fluroscopia feita durante o enchimento do intestino permite a observação de segmento por segmento. O grande desconforto para o paciente causado pela entubação nasal e a maior exposição à radiação são desvantagens deste clister de delgado (enteróclise). Há divergências com relação à eficácia do exame peroral convencional do delgado versus a enteróclise. O exame detalhado do delgado e a enteróclise têm sensibilidades semelhantes nas doenças comuns. A enteróclise permite melhor observação das lesões focais e dos processos parcialmente obstrutivos do intestino, tais como aderências.

ESTUDO PERORAL DO DELGADO COM PNEUMOCÓLON.
segmento ileo-cólico pode ser realçado pela introdução de ar no reto quando o bário chega à região ileocecal.
ESTUDO DO REFLUXO PARA O INTESTINO DELGADO. 
O refluxo de bário por uma válvula ileocecal incompetente pode opacificar o intestino delgado durante o clister opaco. Todo o delgado pode encher-se desta maneira, geralmente com algum desconforto para o paciente.
ESTUDOS COM CONTRASTES HIDROSSOLÚVEIS 
Está indicado o uso de contrastes hidrossolúveis para examinar o delgado quando há suspeita de perfuração. Nos demais casos, o contraste hidrossolúvel compromete o exame. A diluição do contraste na alça cheia de líquido e o efeito osmótico da solução hipertônica interferem na identificação da anatomia patológica. O contraste hidrossolúvel é adequado como marcador radiopaco para se acompanhar a passagem do conteúdo intestinal para o cólon. Também é usado eficazmente na opacificação do intestino para a tomografia computadorizada ( TC ).
 
A ultra-sonografia e a TC geralmente são mais informativas na avaliação de uma massa abdominal palpável, sendo feitos sem um estudo baritado prévio.
Os exames com radionuclídeos são úteis para localizar divertículos de Meckel com células secretoras de ácido. Outra contribuição dos estudos nucleares é a localização da hemorragia no intestino delgado.
O objetivo do trânsito intestinal é estudar a forma e a função dos seus três componentes, bem quaisquer condições anormais.
Como este estudo também examina a função do intestino delgado, o procedimento deve ter o tempo controlado. O tempo deve começar a ser contado quando o paciente termina de beber o meio de contraste.
Indicações Clínicas:
Algumas indicações clínicas para uma rotina do intestino delgado incluem:
- Enterite ou gastroenterite
- Neoplasias
- Síndrome de mal-absorção
-Patologias do íleo terminal
Preparo do paciente:
- Jejum absoluto de 8 a 10 h antes do exame
- O paciente é instruído a não fumar cigarros ou mascar chicletes durante o jejum.

Metodologia:
Paciente em decúbito dorsal, PMS sobre LCM , realiza-se uma radiografia simples de abdome, para verificação de condições técnicas e anatomo-fisiológicas.
Após a realização da radiografia simples, o paciente deverá ingerir aproximadamente 200 ml de sulfato de bário.
- Realiza-se uma radiografia após 15 minutos em decúbito dorsal e deve-se pedir para o paciente ingerir mais 200 ml de contraste.
- Realiza-se uma radiografia com 30 minutos em decúbito ventral
- Realiza-se uma radiografia com decúbito minutos em dec.ventral
- Realiza-se uma radiografia com 120 minutos em decúbito ventral
- Realiza-se uma radiografia com 180 minutos em decúbito ventral
O exame só termina quando o contraste opacifica a válvula ileo-cecal e o cólon ascendente (porção proximal).

                            
                        Enema Opaco

 
 As radiografias simples do abdome são muito úteis na identificação da obstrução colônica, do íleo colônico e da síndrome do mega-cólon tóxico na doença inflamatória do intestino É possível observar rapidamente o cólon dilatado em todas essas patologias.
Os exames uni e bi-contrastados com sulfato de bário são métodos habituais no estudo dos cólons. Com procedimentos fluoroscópicos e radiográficos combinados, o contraste é introduzido pelo reto e acompanhado por fluoroscopia. Há controvérsia quanto aos estudos uni e bi-contrastados, mas prevalece a opinião de que as lesões menores do cólon, como as úlceras aftosas e os pólipos pequenos, são mais bem identificados com o método de duplo contraste.
A limpeza do cólon é de suma importância no enema opaco. Foram tentadas todas as combinações de catárticos e enemas. Entre os esquemas que funcionam melhor, inclui-se o uso de laxativo com grandes quantidades de líquido por via oral (este último atuando como lavagem). Estão indicados os clisteres com contraste hidrossolúvel quando se suspeita de perfuração colônica; são usados eventualmente para amolecer um fecaloma. A ultra-sonografia pode ajudar muito na identificação de abcessos e do espessamento da parede intestinal que acompanha a doença inflamatória. Por vezes, a ultra-sonografia também revela massas abdominais não-palpáveis. Com freqüência, a ultra-sonografia não é útil para detectar as lesões intraluminais comuns em virtude do gás colônico. A TC consegue revelar abcessos, diverticulos, diverticulite e linfadenopatias.
Objetivo:
O objetivo do enema opaco é estudar radiológicamente a forma e a função do intestino grosso, bem como detectar quaisquer condições anormais.Tanto o enema baritado com contraste simples quanto com duplo contraste incluem um estudo de todo o intestino grosso.
Indicações clinica:
As indicações clinicas do enema baritado incluem:
-diverticulose / diverticulite
-volvo
- intussuscepção
- apendicite
Preparo do paciente:
-jejum absoluto de 8 a 10 hs antes do exame
- o paciente é instruído a não mascar chicletes ou fumar cigarros durante o jejum
- realizar limpeza intestinal por via oral (laxante) e por via retal (fleet - enema)
 
A porção do canal alimentar a ser examinada deve estar vazia. A limpeza completa de todo o intestino grosso é de extrema importância para o estudo contrastado satisfatório do intestino grosso.

Método Imaginológico:
Realizar radiografia piloto, contendo todo o trato GI, e introduzir o contraste até atingir o nível do ângulo hepático (flexura), posteriormente sub­ mete-se o paciente à algumas manobras abdominais, afim de que o contraste alcance a região do ceco.
Com as alças intestinais cheias de contraste, radiografa-se em projeção AP ( abdome panorâmico).
Retira-se somente o excesso de contraste e injeta-se ar através do insulflador até causar um certo desconforto ao paciente (cólica), obtendo assim o duplo contraste (Prova de Fisher), radiografando o paciente em projeção PA., (todo o intestino grosso).
Logo em seguida, coloca-se o paciente em projeção P ( perfil ), visualizando assim o reto em perfil.
Depois são realizadas as projeções:
- O.A.D. para visualização detalhada da flexura esplênica
- O.A.E. para visualização detalhada da flexura hepática
- A.P., com uma angulação no R.C. entre 20 e 30 graus cranial ( axial de sínfíse púbica), para estudo do cólon sigmóide de frente.

OBS: A utilização das projeções Chassard-Lapiné ( para estudo do cólon sigmóide por um plano superior) e outras, ficam a critério médico.


Métodos de Estudo da Vesícula Biliar 

A radiografia simples do abdome é útil para se observar gás ou cálcio do trato biliar Aproximadamente 10 a 15 % dos cálculos biliares são calcificados e prontamente identificados nas radiografias simples. Às vezes, pode haver acúmulo de cálcio na vesícula simulando um meio de contraste (bile em leite de cálcio). Eventualmente a parede da vesícula está calcificada (vesícula em porcelana), o que é importante por causa da associação desta anormalidade com o carcinoma da vesícula.
É possível observar gás em disposição triangular no centro de cálculos biliares (sinal de Mercedes-Benz).
A presença de gás nos ductos biliares implica uma comunicação anormal entre o intestino e a vesícula ou o colédoco. Esta comunicação pode ser causada pela penetração de uma úlcera duodenal na árvore biliar ou quando um cálculo corrói a parede do estômago, do duodeno ou do cólon. Em geral, é conseqüência da anastomose cirúrgica do intestino com o trato biliar ou da plastia do esfíncter de Oddi.
Feito pela primeira vez há sete décadas, o colecistograma oral foi revolucionário. A ingestão de um composto orgânico iodado atóxico que é absorvido no intestino delgado, excretado pelo fígado e concentrado na bile dá a oportunidade de se descobrir cálculos não-calcificados durante os exames pré-operatórios. Também é possível detectar outras alterações intra-luminais da vesícula biliar além dos cálculos.
A ultra-sonografia da vesícula biliar (US-VB) teve grande impacto no diagnóstico da doença biliar. Substituiu o colecistograma oral como o principal método de imagem por causa das inúmeras vantagens. Não há exposição à radiação nem a necessidade de ingerir meio de contraste e aguardar o processo de opacificação. A icterícia não interfere no exame. A capacidade de determinar o tamanho do dueto biliar e estudar o parênquima do fígado e do pâncreas é bastante benéfica. A ultra-sonografia só mostra a anatomia patológica, e não a fisiológica, enquanto o colecistograma oral demonstra ambas. Muitas pessoas têm cálculos biliares assintomáticos e, por isso, existe um grau de incerteza de que os cálculos visualizados na US-VB sejam a causa das queixas do paciente.
A Colangiografia Retrógrada Endoscópica (CRE) permite a injeção direta de contraste no colédoco. É muito útil para descobrir cálculos coledocianos e alterações inflamatórias e neoplásicas dos ductos. A CPRE possibilita a papilotomia, a biópsia, a retirada de cálculos dos ductos biliares, a dilatação de estenoses e a introdução de moldes nasobiliares para avaliar a obstrução.
A Colangiografia Trans-hepática Percutânea é feita injetando-se meio de contraste sob visão fluoroscópica através de uma agulha de pequeno calibre introduzida no parênquima do fígado. É útil pelos mesmos motivos da CRE e tem vantagem de permitir que o operador institua a drenagem biliar, se necessária. Está sendo cada vez mais reservada para os pacientes com obstrução biliar que necessitam de drenagem permanente ou temporária da bile. É possível fazer biópsias com agulhas de tumores, drenagem de coleções líquidas e instituir a drenagem externa ou interna (colédoco-duodenal) por via percutânea.
A TC é menos valiosa na avaliação da vesícula e do sistema ductal em comparação com outros métodos, porém é útil para estudar o parênquima hepático em busca de neoplasias. Também é mais sensível do que as radiografias na detecção de gás na veia porta. A TC é sensível na detecção de calcificações e na determinação da composição de cálculo.
A angiografia é importante no estudo das lesões do parênquima hepático.
A ressonância magnética (RM) do fígado, da vesícula e dos duetos biliares é bastante útil. Pode ser definitiva no diagnóstico de hemangiomas. Este exame não usa a radiação ionizante, o que é uma consideração importante.
Métodos de exame para Vesícula Biliar
Colecistografia Oral
O objetivo da colecistografia ou colecistograma oral é estudar radiológicamente a anatomia e a função do sistema biliar.A colecistograma oral mede: (1) a capacidade funcional do fígado de remover o meio de contraste administrado por via oral da corrente sanguínea e excretá-lo juntamente com a bile,(2) a perviedade e a condição dos duetos biliares e (3) a capacidade de concentração e de contração da vesícula biliar.
 
INDICAÇÕES CLÍNICAS:
Várias condições anormais podem ser demonstradas durante o colecistograma oral. Estas incluem:
- Colelítiase ou cálculos biliares
- Colecistite aguda ou crônica
- Neoplasias
- Estenose biliar
- Anomalias congênitas
 
PREPARO DO PACIENTE:
Os laxativos são evitados num período de 24 hs antes do exame.A sua utilização fica à critério médico.
A refeição na véspera do exame deve ser leve e não conter quaisquer gordura ou alimentos frios.
Contraste: o paciente deverá ingerir de 3 a 6 gramas de ácido iopanóico ou ácido iocetâmico, que equivalem à 6 comprimidos de Telepaque® tomados no almoço e 6 comprimidos na janta.
Estes comprimidos devem ser ingeridos, após a mastigação, com intervalos de 5 minutos entre si, tanto no almoço como no jantar, de 15 a 20 hs antes do exame.
"Pacientes ectéricos não devem tomar o contraste nem por via oral, nem por via venosa".
 
 
MÉTODO IMAGENOLOGICO:
 
Aproximadamente 15 h após à administração do contraste, o paciente deverá ser examinado com uma radiografia da região biliar em projeções AP., OPD. ou OAE., posição Manoel de Abreu, que serve para dissociar a loja renal da loja biliar.
Caso a vesícula biliar não tenha sido contrastada devido a fatores como: Obstrução do canal cístico.
Pacientes com diarréia, úlceras gástricas, etc, poderão então recorrer ao já ultrapassado método de twiss, que consiste em manter o paciente em jejum sólido por mais de 24 h e o mesmo irá ingerir nova dose de ácido iocetâmico ou iopanóico (dose dupla).
Apresentando-se no departamento de radiologia no dia seguinte.
Sendo observada nítida imagem da vesícula biliar e dueto cístico na primeira radiografia e não visualizando imagens sugestivas de cálculos, solicita-se ao paciente ingerir algumas substâncias gordurosas, como: iogurte natural, creme de leite ou 3 gemas de ovos, conhecida como prova de Boyden, a qual forçará a vesícula a excretar o sulco biliar, ativando sua função motora, onde serão realizadas radiografias com 20, 40 e 60 minutos, após a ingestão da substância gordurosa.
A prova de Boyden poderá ser realizada em pacientes com cálculo tipo "porcelana", quando os cálculos forem do tipo múltiplos, mistos, é aconselhável não realizar a prova de Boyden e sim as provas de Kirklin, que consiste em posicionar o paciente em Dec. Lat. Direito com raios horizontais e a prova de Arkelund, onde o paciente será examinado em ortostático e receberá uma compressão no corpo da vesícula biliar. 

 CONTRA-INDICAÇÕES:

As contra-indicações ao colecistograma oral são poucas, mas incluem: (1) doença hepatorrenal avançada, principalmente aquelas com comprometimento renal; (2) doença gastro-intestinal ativa, tal como vômito ou diarréia, que impediria a absorção de meio de contraste oral e (3) hipersensibilidade a composto contendo iodo.
 OBS: Este exame é raramente realizado atualmente devido à US das vias biliares terem substituído o mesmo com bastante sucesso e vantagens.


                          Colangiografia Endovenosa
O objetivo do colangiografía venosa é estudar radiológicamente as vias biliares através de infusão endovenosa.
 
INDICAÇÕES CLÍNICAS:
- Uma vesícula biliar não visualizada durante um colecistograma oral
- Pacientes colecistectomizados
- Vômito ou diarréia intensos que impediu a absorção do meio de contraste prévio para um CGO.
 
CONTRA-INDICAÇÕES:
A contra-indicação a colangiografía venosa é devido à elevada incidência de reações ao meio de contraste.
 
PREPARO DO PACIENTE:
Os laxativos são evitados num período de 24 hs antes do exame.A sua utilização fica à critério médico.
A refeição na véspera do exame deve ser leve e não conter quaisquer gordura.
Ao chegar pela manhã, no departamento de radiologia, o paciente poderá ser submetido a dois tipos de procedimento:
Infusão contínua: consiste em injetar 30 gramas de ioglicamato de meglumina, nome comercial Biligrama®, por via endovenosa, de modo que a administração demore no mínimo 10 minutos.
Ou gota à gota: consiste em diluir 2 ampolas de 30 ml cada, fazendo um total de 60 gramas de ioglicamato de meglumina em 150 ml de soro fisiológico, corridos no mínimo em 60 minutos e no máximo em 120 minutos.
 
MÉTODO IMAGENOLOGICO:
Normalmente são obtidas com tempos determinados, após iniciar o contraste com:
- 30 minutos em projeção AP.
- 60 minutos
- 90 minutos
-120 minutos
-150 minutos
-180 minutos
- 240 minutos
- 300 minutos, até o encerramento, ou à critério médico.
 
NOTA: Nos exames realizados em pacientes colecistectomizados, é recomendado manter o paciente em D.D. durante todo o exame. (Método de Robert Wise).
Observação: Pacientes com taxa de bilirrubina menor que 3 mg e maior que 5 mg não podem submeter-se a este tipo de exame, pacientes que fazem uso anticoncepcionais ou antibióticos terão as imagens prejudicadas.
Atenção especial à possíveis reações ao meio de contraste no momento da chegada deste aos pulmões, onde ocorrerá a liberação de histamina.

 
 
 OBS: A colangiografia endovenosa é raramente realizada hoje devido à elevada incidência de reações ao meio de contraste. Com este risco adicional de possível reação ao meio de contraste, outros procedimentos de diagnóstico são mais seguros e mais precisos, como a ultra-sonografia.

                       Colangiografia intra-operatória

Procedimento realizado durante o ato cirúrgico de remoção da Vesícula Biliar com o objeto de:
1- Investigar a perviedade do trato biliar
2- Determinar o estado funcional da ampola hepatopancreática
3- Revelar quaisquer colelitos não detectados previamente
4- Demonstrar pequenas lesões, estreitamentos ou dilatações dentro dos duetos biliares.
 
Metodologia:
Paciente em decúbito dorsal, hipocondrio direito localizado e realiza-se uma radiografia simples
1- Injeta-se 5 ml de contraste e realiza-se uma radiografia
2- Injeta-se 5 ml de contraste e realiza-se outra radiografia
3- Injeta-se 10 ml de contraste e realiza-se outra radiografia
  

- R.C. - perpendicular ao abdome, entrando 5 cm acima da Crista Ilíaca
- Chassis - 24 x 30
  
Colangioginfla pelo dreno de Kehr / Tubo T
As colangiografias pelo dreno de Kehr (tubo T) são realizados para:
  1. Visualizar quaisquer colelitos residuais ou previamente não detectados.
  2. Avaliar o estado do sistema ducto biliar.
  3. Demonstrar pequenas lesões, estenoses ou dilatações dentro dos ductos biliares.
    PREPARO:
    Antes do início do exame é realizado assepsia do dreno e retirada de ar do mesmo, evitando assim uma possível pseudo-imagem (imagem falsa), se possível observar o refluxo da bile, assim que o refluxo da bile atravessar todo o cateter, conecta-se uma seringa ao cateter, com 15 ml de contraste iodado.
     
    MÉTODO IMAGENOLÓGICO:
    O procedimento mais indicado é a fluoroscopia, mas quando são realizados em aparelhos de Raios-X convencionais, sem TV, a procedência deverá ser a seguinte:
    1ª Injetar de 3 a 5 ml de contraste iodado e radiografar as vias biliares.
    2ª Aguardar cerca de 3 minutos, para que o contraste se encaminhe para o duodeno, e radiografar as vias biliares.
    3ª Injetar o restante do contraste, cerca de 10 ml e novamente radiografar as vias biliares.

      Exames Radiológicos do Sistema Urinário

    Os exames radiológicos do sistema urinário estão entre os procedimentos contrastados mais comumente realizados em departamentos de radiologia. O sistema urinário consiste em dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra.
    Os dois rins são órgãos situados no espaço retro-peritoneal. Estes dois órgãos em forma de feijão situam-se a cada lado da coluna vertebral, na parte mais posterior da cavidade abdominal. O rim direito geralmente está ligeiramente mais baixo que o esquerdo, devido à presença do fígado. Próximo à parte superior de cada rim, há uma glândula supra-renal. Estas importantes glândulas do sistema endócrino estão localizadas na cápsula adiposa que circunda cada rim.
    Cada rim conecta-se à bexiga única por seu próprio ureter. O material eliminado, na forma de urina, viaja dos rins para a bexiga, através destes dois tubos estreitos, denominados ureteres. A bexiga semelhante a um saco serve como um reservatório para armazenar urina, até que possa ser eliminada do corpo através da uretra.

    Exames Radiológicos do Sistema Urinário
    Urografia Excretora
    Freqüentemente é o exame radiológico inicial em casos de dores nas vias urinárias, hematúria, infecção do trato urinário, obstrução aguda, massas renais, urolitíase, nefrocalcinose e anormalidades congênitas. Este exame proporciona informações anatômicas essenciais e demonstra a função de todo o trato urinário. A urografia excretora é completada pela US, TC, RM que fornecem informações anatômicas adicionais e podem mostrar as características de uma massa tumoral. Em geral o trato urinário tubular é mais bem avaliado por exames contrastados, porque estes revelam a aparência da luz e as características do fluxo líquido.
    Há muitos métodos de realização de urografia excretora. Um exame padrão inclui radiografia simples, radiografia imediatamente subseqüente à administração de contraste (imediata ou no minuto zero), radiografia de 5 , 10 e 15 minutos após a administração do contraste, radiografias da bexiga cheia e após a micção. Incidências oblíquas ou tomográficas dos rins são freqüentemente obtidas, dependendo das circunstâncias clínicas. Geralmente são feitas menos incidências em crianças que em adultos. A radiografia simples demonstra a localização de calcificações e anormalidades abdominais e indica a técnica radiográfica ideal. A incidência imediatamente pós-injeção de contraste mostra a intensificação das estruturas vasculares e do córtex renal e demonstra os contornos dos rins. As incidência de 5, 10 e 15 minutos mostra o enchimento do sistema coletor e dos ureteres. O estudo da bexiga mostra seus contornos e a urina residual, na pós-miccional.
    A Urografia Excretora possibilita a avaliação do tamanho, eixo, contorno e simetria funcional dos rins. O comprimento do rim depende da idade, sexo e constituição física do paciente, mas geralmente equivale à altura de três ou quatro corpos vertebrais. Rins parcialmente duplicados ou únicos são maiores. O eixo renal, uma linha imaginária que passa pelos pólos superior e inferior do rim, tem geralmente ângulo de cerca de 15 graus lateralmente em direção caudal. A orientação diferente do eixo renal pode ocorrer em conseqüência de anormalidade congênita ou adquirida. Os contornos renais devem ser totalmente visíveis e regulares. As lobulações geralmente são variações normais. Os rins devem funcionar pronta e simultaneamente; o retardo relativo no funcionamento pode sugerir perfusão deficiente ou obstrução. Os sistemas coletores intra-renais devem mostrar enchimento simétrico das papilas, sem distensões ou defeitos de enchimento, portanto, o objetivo de uma Urografia Excretora é visualizar a porção coletora do sistema urinário e avaliar a capacidade funcional dos rins.
    Os ureteres muitas vezes não são inteiramente visíveis, apesar de grandes esforços para mostrá-los com o paciente em diversas posições. Na incidência em antero-posterior eles geralmente aparecem ao longo dos processos transversos, desviam-se lateralmente à altura das articulações sacro-ilíacas e penetram na bexiga póstero-lateralmente.
    A bexiga é avaliada quanto ao tamanho e ao contorno, que deve ser arredondada e regular, o volume após micção, normalmente é inferior a 100 ml, a impressão prostática ou uterina e a irregularidades da parede interna são mais bem observadas na incidência pós-miccional.

    Indicações clínicas:
    As principais indicações clínicas da urografia excretora incluem:
    1- massa abdominal ou pélvica
    2- cálculos renais ou ureterais
    3- traumatismo renal
    4- dor no flanco
    5- hematúria ou sangue na urina
    6- hipertensão
    7- insuficiência renal
    8- infecções do trato urinário
     
    Preparo do paciente:
    - Jejum absoluto de 8 a 10 hs antes do exame
    - Realizar limpeza intestinal por via oral (laxante ) e por via retal ( fleet-enema)
     
    Metodologia:
    Paciente em decúbito dorsal, realiza-se uma radiografia simples do abdome, para verificação de técnica, posicionamento e preparo intestinal adequado.
    Após radiografia simples, é administrado por via endovenosa meio de contraste iodado (hidrossolúvel) o qual irá contrastar o sistema urinário. Realiza-se a seguinte seqüência de  radiografias:
    1- Imediatamente após a administração do meio de contraste realiza-se uma radiografia localizada dos rins;
    2- Realizar radiografia das lojas renais após 5 minutos a administração do contraste
    3- Após a exposição de 5 minutos, deve-se colocar a faixa de compressão no abdome do paciente.
    4- Realizar radiografia das lojas renais após 10 minutos a administração do contraste
    5- Aos 15 minutos, deve-se tirar a faixa de compressão, e imediatamente realizar uma radiografia panorâmica, compreendendo das lojas renais até a bexiga;
    6- Radiografia panorâmica, após 25 minutos a administração do contraste.
    5- Radiografias localizadas da bexiga cheia e pós-miccional.
     
    - R.C. - perpendicular entrando no centro da região de interesse
    - Chassis: 24cm x 30cm transversal para as radiografias de 5 m e 10 m, 30 cm x 40 cm ou 35 m x 43 cm longitudinal para as radiografias simples, 15 m e 25 m e 18 cm x 24 cm transversal para as radiografias localizadas da bexiga.
    Observação: A faixa de compressão é contra indicada quando o paciente apresentar massa abdominal, cálculos renais e ureterais, transplante e pós-operatório.
    Em casos de pacientes hipertensos (pressão alta), deve-se realizar seqüências rápidas de exposição logo após a administração do meio de contraste; com 1 m, 2 m, e 3 m. O exame não termina enquanto o contraste não chegar até a bexiga.
      

    Exames Radiológicos do Sistema Urinário
    Urografia Retrógrada (Pielografia)



    A Urografia Retrógrada é um exame não funcional do sistema urinário, durante o qual o meio de contraste é introduzido diretamente no sistema pielocalicial através de cateterização, por um urologista. A Urografia Retrógrada é não funcional, pois os processos fisiológicos normais do paciente não estão envolvidos no procedimento.
    É feita após introdução cistoscópica retrógrada de cateteres ureterais e a injeção de material de contraste.
    Este procedimento é indicado em pacientes com obstrução ou disfunção renal, nos quais o sistema coletor da pelve renal e os ureteres têm de ser examinados. Proporciona  melhor visualização de pequenas falhas de enchimento pelo material de contraste da pelve renal e dos ureteres. É possível visualizar diretamente as estruturas internas de um ou ambos os rins e ureteres.
     
    Metodologia:
    O paciente é colocado em posição de litotomia modificada, o que exige que as pernas sejam colocadas em estribos. O urologista introduz o cistoscópio através da uretra até a bexiga. Após examinar o interior da bexiga, o urologista introduz cateteres ureterais em um ou ambos os ureteres. O ideal é que a ponta da cada cateter ureteral esteja posicionado ao nível da pelve renal.
    Após o cateterismo, é feita uma radiografia simples. A radiografia de observação permite a verificação de técnica e o posicionamento, e possibilita que o urologista verifique o posicionamento do cateter, caso a radioscopia não esteja disponível. A segunda radiografia na série de Urografia Retrógrada habitual é um pielograma. O urologista injeta 3 a 5 cc de meio de contraste hidrossolúvel diretamente na pelve renal de um ou ambos os rins. A respiração é interrompida imediatamente após a injeção, sendo feita a exposição.
    A terceira e última radiografia da série habitual e uma ureterografia. A cabeceira da mesa pode ser elevada para esta radiografia final. O urologista retira os cateteres e simultaneamente injeta meio de contraste em um ou ambos os ureteres e indica quando fazer a exposição.
    Exames Radiológicos do Sistema Urinário
     
    Uretrocistografia Retrograda e Miccional
    O objetivo de uma Uretrocistografia Retrógrada e Miccional é estudar a uretra, avaliar a bexiga e a micção do paciente e observar possíveis refluxos ureterais. É o único método de demonstração da uretra prostática. A fase miccional do exame é mais bem realizada utilizando controle fluoroscópico.
     
    Indicações clínicas:
    - traumatismo
    - perda involuntária de urina
    - estenose de uretra
    - refluxo ureteral
     
    Metodologia:
    Paciente em decúbito dorsal, PMS sobre a L.C.M., deve-se realizar uma radiografia simples da bexiga em AP, para verificação da técnica empregada, posicionamento e variações anatômicas.
    Após a radiografia simples, deve-se instalar aparelho próprio na glande do paciente com cateterização da porção distal da uretra (paciente do sexo masculino), ou introduzir uma sonda vesical na bexiga através da uretra (paciente do sexo feminino) para realização do exame.
    Fase retrógrada:
    O aparelho próprio ou a sonda, ligados a uma seringa contendo contraste iodado, deve ser instalado no terço distai da uretra. Após instalação, o paciente ficará disposto nas posições oblíqua esquerda e direita.
    1- Realizar radiografia em OD no momento da injeção
    2- Realizar radiografia em OE no momento da injeção
     
    - R.C. - perpendicular ao abdome, entrando 4 cm acima da sínfise púbica
    - Chassis 24 x 30 panorâmico transversal
     
    Cistografia
    A sonda estará conectada a um frasco de soro fisiológico de 500 ml, o qual estará disposto da seguinte forma: 400 ml de soro / 100 ml de contraste iodado.
    1- Radiografar a bexiga com pequeno enchimento, 100 ml em AP
    2- Radiografar a bexiga com médio enchimento, 200 ml em AP
    3- Radiografar a bexiga com grande enchimento, 400 a 500 ml em AP
    4- Radiografar a bexiga cheia nas posições OD e OE.
     
    - R.C. - perpendicular ao abdome, entrando 4 cm acima da sínfise púbica
    - Chassis: 18 x 24 panorâmico transversal (pequeno enchimento, médio enchimento, e pós miccional da bexiga)
    - Chassis 24 x 30 panorâmico transversal (OD e OE localizada da bexiga)
    Observação: A Cistografia é normalmente realizada associada à Uretrocistografia, porém, eventualmente é realizada individualmente quando o objetivo é observar somente a bexiga.

    Fase Miccional
    1- Realizar radiografias em OD e OE, com o paciente urinando.
    2- Realizar radiografia pós-miccional
     
    - Chassis 30 cm x 40 cm panorâmico longitudinal (OD e OE miccional)
    - Chassis 18 cm x 24 cm panorâmico (pós miccional)

    NOTA: O chassis 30 x 40 é utilizado nas exposições com paciente urinando para que, se houver refluxo ureteral, conseguiremos visualizar todo o refluxo e verificar até que ponto chegou.