Páginas

HISTORIA DA RADIOLOGIA

INTRODUÇÃO
Em 8 de novembro de 1895, um professor de Física teórica, o Doutor Wilhelm Conrad Roentgen , descobriu os raios X, em Wurzburg (Alemanha) , a partir de experiências com ampolas de Hittorf (Johann Wilhelm Hittorf - físico alemão) e Crookes( William Crookes- físico e químico inglês). Ao anoitecer do dia 8 de novembro de 1895, Roentgen escolheu um dos tubos Hittorf- Crookes de que dispunha em uma estante de seu laboratório, recobriu-o, com cuidado, usando uma cartolina preta , escureceu totalmente o laboratório e ligou o tubo aos eletrodos da bobina de Ruhmkorff. Ao passar a corrente de alta tensão através do tubo, verificou que nenhuma luz visível atravessara a cartolina preta que o revestia. Preparava-se para interromper a corrente de alta tensão quando percebeu que, a cerca de 1 metro do tubo, havia uma luz fraca. Sem entender o que se passava, Roentgen acendeu um fósforo e, com surpresa, verificou que a forma da misteriosa luz era um pequeno écran de platinocianeto de bário deixado sobre um banco. Roentgen sabia que a luz do écran não provinha dos raios catódicos e que pela distância , seria ela algum tipo de radiação. Sem saber qual a radiação, deu-lhe o nome de raios X.

Wilhelm Conrad Röntgen (1845--1923)

Wilhelm Conrad Röntgen (1845--1923)
Em 22 de dezembro de 1895, Roentgen fez a primeira radiografia da História, de uma das mãos de Anna Bertga Ludwig Roentgen, sua mulher (cerca de 15 minutos de exposição).

Fig-1.2 Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)

Fig-1.2 Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)
Primeira radiografia da História (uma das mãos de Anna Bertha Ludwig Roentgen)
Em 23 de janeiro de 1896, Roentgen proferiu a primeira e única conferência científica a respeito de sua descoberta, na Sociedade Físico- Médica de Wurzburg. Nessa conferência, fez a radiografia da mão do anatomista Albert von Koelliker. Em 1901, recebeu o prêmio Nobel de Física pela descoberta. Os instrumentos reunidos por Roentgen e pelos primeiros eletrorradiologistas (operadores de raios x) resultaram em uma cadeia emissora de raios X de baixo rendimento (1 a 2mA), fazendo com que a radiografia da mão necessitasse de vários minutos de exposição, e a do crânio, cerca de 1 hora. Adaptação da descoberta de Roentgen para fins médicos foi feita por eletrorradiologistas e engenheiros.


Ambrose e Hounsfield, em 1972 apresentaram um novo método de utilização da radiação para medir descontinuidade de densidades, obtendo imagens, inicialmente do cérebro, com finalidades diagnósticas. Nesse método cujo desenvolvimento transcorria há 10 anos, seriam feitas diversas medidas de transmissão dos fótons de raios X , em multiplos ângulos e, a partir desses valores, os coeficientes de absorção pelos diversos tecidos seriam calculados pelo computador e apresentados em uma tela como pontos luminosos, variando do branco ao preto, com tonalidades internediárias de cinza. Os pontos formariam uma imagem correspondende á seção axial do cérebro, que poderia ser estudada ou fotografada para avaliação posterior. Hounsfield acreditava que um feixe de raios X continha mais informações do que aquela que seria possivel capturar com o filme, e pensou que um computador talves pudesse ajudar a obtê-las.
A Tomografia Computadorizada médica começa a desenvolver-se nos anos de 1960, de forma lenta, por falta de apoio matemático. A mais prematura demonstração foi feita pelo neurologista William Oldendorf, que, em 1961, construiu manualmente um sistema de construção de uma seção transversal de um objeto constituído de argolas de ferro e aluminio. Embora inventivo, o estudo experimental usou um método considerado tosco de uma retroprojeção simples. O invento resultante, patenteado, era considerado impraticável porque necessitava de extensa análise.
A contribuição matemática fundamental para o problema da reconstrução foi feita em 1963 e 1964, por Allan Cormack, físico e matemático. Ele estudava a distribuição dos coeficientes de atenuação do corpo para que o tratamento por radioterapia pudesse ser bem direcionado para tumor-alvo. Além disso, também estava desenvolvendo um algoritmo matemático para reconstrução trimensional da distribuição da concentração de radionuclídeos a partir dos dados coletados de um equipamento de "câmara- pósitron", desenvolvido em 1962.
Nesse momento surge a figura de Hounsfield (Fig- 2.5). Engenheiro, experiente com radares, particularmente interessado em computadores, e com total liberdade da EMI para realizar suas pesquisas, foi o criador do primeiro computador totalmente transistorizado da Inglaterra. E já tinha idéias de estudar o interior de objetos tridimensionais a partir da rconstrução obtida pela absorção heterogênea de radiação pelos diferentes componentes. Criou o protótipo e inicialmente, usou uma fonte de amerício- 241, emissora de raios gama. O tempo de aquisição da imagem foi de 9 dias, e o computador levou 150 minutos para processar uma simples imagem. A seguir, Hounsfield (Fig-2.6) adquiriu um tubo e uma gerador de raios X, provavelmente porque os raios X tinham suas propriedades bem conhecidas, sendo uma fonte confiável de informação. Assim, o tempo de aquisição das imagens foi reduzido para 9 horas.


Protótipo de Hounsfield

Protótipo de Hounsfield
Protótipo de Hounsfield

Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na pare

Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na pare
Desenho esquemátizado do protótipo de Hounsfield pode ser visto na figura anterior, situado na parede atrás dele.
Após várias imagens experimentais com peças e animais, foi feita a primeira imagem diagnóstica, em uma paciente, selecionada pelo Drº Ambrose, com suspeita de tumor, no lobo frontal esquerdo, ainda não confirmado, a imagem obtida, mostrando a lesão causou euforia em Hounsfield e na equipe. Essas primeiras imagens foram monstradas no Congresso Anual do British Institute of Radiology, em 20 de abril de 1972. As reações foram de empolgação. Curiosamente, Hounsfield havia mostrado imagens seccionais de peças de cadáveres e de animais no congresso europeu realizado em Amsterdã no ano anterior, sem despertar nenhum interesse. A comunidade médica ali reunida não precebeu nem teve noção da revolução que se aproximava.
Em 1973, após 18 meses de uso do primeiro equipamento construído com finalidade clínica, Hounsfield e Ambrose apresentaram os resultados e sua experiência em artigos publicados.
O primeiro tomógrafo do Brasil foi instalado em São Paulo, no Hospital da Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficiência, em 1977. Logo depois, o primeiro aparelho do Rio de Janeiro iniciou funcionamento, em 28 de julho de 1977, na Santa Casa da Misericórdia. A tecnologia não parou de evoluir, criando os aparelhos chamados de segunda, terceira e quarta gerações, os modelos helicoidais, cada vez mais rápidos, com imagem mais refinada, tempo de realização do exame mais curto e custo de produção menor, reduzindo acentuadamente os preços dos equipamentos e dos exames. Atualmente já existem, na prática médica , os tomógrafos multidetectores de 64,128 e 320 canais, o que transformou o estudo cardíaco pela radiologia. Esses exames fazem os exames em apnéia de aproximadamente 6 segundos. Surgindo em um momento no qual se pensava que a tomografia computadorizada não tinha mais pra onde evoluir, a aquisição volumétrica foi patenteada em 1976 e, em junho de 1980, imagens tridimensionais com resolução de 1.200x1.200 pixels foram obtidas e exibidas quase em tempo real.

Site da Conter

kit

Angiografia e Procedimentos Intervencionistas

ANATOMIA RADIOGRÁFICA   Introdução
DEFINiÇÃO
Angiografia refere-se ao exame radiográfico dos vasos após injeção de um contraste. Como as várias partes moles do corpo possuem densidades radiográficas similares, o contraste tem de ser adicionado parélo estudar a distribuição normal e anormal do sistema circulatório. Por exemplo, a radiografia lateral do crânio de rotinél nél Fig. 21.1 não mostra os vasos do sistema circulatório do crânio, enquanto a arteriografia lateral da carótida na Fig. 21.2 claramente diferencia o cérebro dos vasos sangüíneos.
Isso também é verdadeiro no que diz respeito ao sistema
circulatório de outras regiões do corpo como tórax, abdome e membros superiores e inferiores (periferia).Uma boa compreensão da anatomia envolvida, conforme descrito na primeira parte deste capítulo, é essencial para a realização da angiografia.

 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA
Artérias
Os vasos que levam o sangue oxigenado do coração para os tecidos são chamados de artérias. As artérias originadas diretamente do coração são calibrosas, mas são subdivididas e diminuem de tamanho conforme se estendem do coração para as várias partes do corpo. As artérias menores são denominadas arteríolas. Conforme o sangue circula através das arteríolas, ele penetra nos tecidos através das menores subdivisões desses vasos, conhecidas como capilares (Fig. 21.3).
Veias
DIVISÕES OU COMPONENTES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório consiste nos componentes cardiovascular e linfático. A porção cardiovascular inclui coração, sangue e vasos que trans­portam o sangue.
O elemento linfático do sistema circulatório é composto de um fluido aquoso claro chamado linfa, de vasos linfáticos e delinfonodos. Os componentes cardiovasculares e linfáticos diferem em sua função e na maneira de transportar seus respectivos fluidos no interior dos vasos.A divisão cardiovascular ou circulatória sangüínea pode ainda ser dividida em componentes cardíaco (circulação no interior do coração) e vascular
(vaso sangüíneo).
O componente vascular ou dos vasos é dividido no sistema pulmonar (do coração para o pulmão e vice-versa) e no sistema global ou sistêmico (por todo o corpo). (Ver o quadro do sumário na coluna à direita.)
O sangue desoxigenado retoma ao coração através do sistema venoso. O sistema venoso estende-se dos capilares venosos até vênulas e veias, aumentando em tamanho conforme se aproxima do coração.
 




DIVISÕES OU COMPONENTES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
O sistema circulatório consiste nos componentes cardiovascular e linfático. A porção cardiovascular inclui coração, sangue e vasos que trans­portam o sangue.
O elemento linfático do sistema circulatório é composto de um fluido aquoso claro chamado linfa, de vasos linfáticos e delinfonodos. Os componentes cardiovasculares e linfáticos diferem em sua função e na maneira de transportar seus respectivos fluidos no interior dos vasos.A divisão cardiovascular ou circulatória sangüínea pode ainda ser dividida em componentes cardíaco (circulação no interior do coração) e vascular
(vaso sangüíneo).
O componente vascular ou dos vasos é dividido no sistema pulmonar (do coração para o pulmão e vice-versa) e no sistema global ou sistêmico (por todo o corpo). (Ver o quadro do sumário na coluna à direita.)
SISTEMA CARDIOVASCULAR
O coração é o órgão principal do sistema cardiovascular e funciona como uma bomba para manter a circulação de sangue por todo o corpo. O componente vascular é uma rede de vasos sangüíneos que carrega o sangue do coração para os tecidos corporais e vice-versa.Funções As funções do sistema cardiovascular incluem as ceguetes:
1. Transporte de oxigênio, nutrientes, hormõnios e componentes químicos necessários para a atividade corporal normal.
2. Remoção dos produtos excretados pelos rins e pulmões,
3. Manutenção da temperatura corporal e do balanço de água e ele­ trólitos.
Essas funções são realizadas pelos seguintes componentes sangüíneos: hemácias, leucócitos e plaquetas suspensas no plasma.
Componentes Sangüíneos As hemácias, ou eritrócitos, são produzidas na medula vermelha de alguns ossos e transportam oxigênio através da proteína hemoglobina até os tecidos corporais.
Os leucócitos são formados na medula óssea e no tecido linfático e defendem o corpo contra infecção e doença. As plaquetas, também originadas da medula óssea, reparam lesões nas paredes dos vasos sangüíneos e promovem a coagulação sangüínea.
O plasma, a porção líquida do sangue, consiste em 92% de água e cerca de 7% de proteínas e sais plasmáticos, nutrientes e oxigênio.
SUMÁRIO DOS COMPONENTES DO SISTEMA CIRCULATÓRIO
Sistema circulatório
Sistema cardiovascular 1 Cardíaco (coração) 1 Vascular (vasos) 1 Pulmonar (pulmões) 1 Sistema linfático -Linfa
Vasos linfáticos – Linfonodos 1 Sistêmico (corporal) Veia Artéria Coração ]
---

 
Circulação Pulmonar
o circuito de vasos sangüíneos (veias, vênulas, capilares, arteríolas e artérias),
que fornece sangue para os pulmões e vice-versa, abrange o componente
denominado circulação pulmonar do sistema cardiovascular.
Como dito previamente, as artérias geralmente transportam sangue oxigenado
do coração até os capilares. Exceções a essa regra são as artérias pulmonares,
que transportam sangue desoxigenado até os pulmões, sangue esse que foi
trazido ao coração através do sistema venoso.
As veias cavas superior e inferior deságuam o sangue desoxigena­do no interior
do átrio direito do coração.
O coração bombeia esse sangue desoxigenado do ventrículo direi­to através
das artérias pulmonares até os pulmões, onde oxigênio e dióxido de carbono
são trocados através de pequenos sacos acerados ou alvéolos pulmonares.
O sangue oxigenado então retoma através das veias pulmonares até o átrio
esquerdo do coração (Fig. 21.4).
Circulação Sistêmica Geral

CORAÇÃO
o coração é um órgão muscular que bombeia sangue para as várias partes
do corpo. Anatomicamente, o coração situa-se no mediastino e apóia-se no
diafragma (Fig. 21.5). O tecido cardíaco diferencia-se dos outros tecidos
musculares do corpo em sua construção e é denomina­do miocárdio. O lado
esquerdo do coração é responsável pela extensa circulação sistêmica; por
isso, a parede muscular esquerda é cerca de três vezes mais espessa que a
direita.



O coração é dividido em quatro câmaras: os átrios direito e esquerdo e os
ventrículos direito e esquerdo. Cada câmara tem como função receber e/ou
bombear sangue. A circulação sangüínea é um sistema fechado através do
qual o sangue desoxigenado penetra no átrio direito, proveniente de todas as
partes do corpo, é reoxigenado nos pulmões e retoma para o corpo através
do ventrículo esquerdo.
O sangue que retoma ao coração penetra no átrio direito através das veias
cavas superior e inferior (Fig. 21.6). O sangue na veia cava superior é
proveniente da cabeça, do tórax e dos membros superiores. A veia cava
inferior serve para carrear o sangue para o átrio direito a partir do abdome e
dos membros inferiores.


A partir do átrio direito, o sangue é bombeado através da valva tri­cúspide até
o ventrículo direito. O ventrículo direito contrai-se, movendo o sangue através
da valva pulmonar (semilunar pulmonar) até as artérias pulmonares e os
pulmões. Durante a sua permanência nos pulmões, o sangue é oxigenado e
então retoma para o átrio esquerdo do coração através das veias pulmonares.
Conforme o átrio esquerdo se contrai, o sangue é transportado através da
valva mitral (bicúspide) até o ventrículo esquerdo.
Quando o ventrículo esquerdo sofre contração, o sangue oxigenado sai
dessa câmara através da valva aórtica (semilunar aórtica), passa pela
aorta e é transportado para os vários tecidos corporais.
 
ARTÉRIAS CORONÁRIAS
As artérias coronárias são os vasos que fornecem sangue para o músculo­
 cardíaco. As duas artérias coronárias são denominadas direita e
esquerda. Ambas são originadas no bulbo aórtico.
A artéria coronária direita origina-se no seio direito (anterior) do bul­
bo aórtico, e a coronária esquerda é originada no seio esquerdo (posterior)
do bulbo aórtico. A artéria coronária direita fornece suprimento para a maior
parte do átrio direito e ventrículo direito do coração.
A artéria coronária esquerda fornece suprimento sangüíneo para ambos os
ventrículos e para o átrio esquerdo
do coração. Existem muitas interconexões ou anastomoses entre as artérias
coronárias direi­ta e esquerda. O sangue retoma para o átrio direito do coração
através das veias coronárias.

 
VEIAS CORONÁRIAS
O sistema do seio coronário retoma o sangue para o átrio direito para
nova circulação. O seio coronário é uma ampla veia na face posterior
do coração entre os átrios e os ventrículos. O seio coronário possui três
ramos principais: as veias cardíacas maior, média e menor.
A veia cardíaca maior recebe sangue de ambos os ventrículos e do
átrio esquerdo. A veia cardíaca média drena o sangue proveniente do
ventrículo direito, do átrio direito e de parte do ventrículo esquerdo. A veia
cardíaca menor faz o retorno sangüíneo do ventrículo direito. O seio
coronário drena a maior parte do sangue do coração. Algumas pequenas
veias drenam diretamente para ambos os átrios.
 
Artérias Cerebrais
SUPRIMENTO SANGüíNEO CEREBRAL
o suprimento sangüíneo do cérebro é feito pelas artérias principais da
circulação sistêmica. As quatro artérias principais a seguir fornecem o 
suprimento sangüíneo do cérebro (Fig. 21.9):
1. Artéria carótida comum                       3. Artéria vertebral direita direita
2. Artéria carótida comum esquerda        4. Artéria vertebral esquerda
Os ramos principais das duas carótidas comuns fornecem a circulação
anterior do cérebro, e as duas vertebrais fazem a circulação posterior.
Exame radiográfico dos vasos do pescoço e de toda a circulação cerebral
é denominado "angiograma dos quatro vasos" devido ao fato de esses
quatro vasos serem seletiva e coletivamente injetados com contraste. Outro
exame comum é o "angiograma dos três vasos", no qual as duas carótidas
e apenas uma das artérias vertebrais são estuda­das.
 
RAMOS DO ARCO AÓRTICO
A aorta é a principal artéria que deixa o ventrículo esquerdo do coração.
Três ramos principais originam-se do arco da aorta, e incluem os seguintes
(Fig. 21.1 O):
1. Artéria braquiocefálica                        3. Artéria subclávia esquerda
2. Artéria carótida comum esquerda
O tronco braquiocefálico é um vaso curto que se bifurca em artéria carótida
comum direita e artéria subclávia direita. Essa bifurcação ocorre diretamente
posterior à articulação esterno clavicular direita. As artérias vertebrais direita
e esquerda são ramos das artérias subclávias em cada lado como descrito
acima (ver Fig. 21.9). Devido à artéria carótida comum esquerda se originar
diretamente do arco aórtico, ela é ligeiramente mais longa do que a artéria
carótida comum direita.
Na região cervical, as duas carótidas comuns são similares. Cada artéria
carótida comum passa cefalicamente à sua origem, ao longo de cada lado
da traquéia e laringe até o nível da borda superior da cartilagem tireóide.
Nesse ponto, cada artéria carótida comum se divide em artérias carótidas
interna e externa. O local da bifurcação de cada carótida comum está no
nível da terceira ou quarta vértebra cervical.
 
ARTÉRIAS DA CABEÇA E DO PESCOÇO
As artérias principais que fornecem o suprimento para a cabeça, conforme
visto a partir do lado direito do pescoço, são mostradas na Fig. 21.11
(apenas os vasos do lado direito são identificados nesse desenho). O tronco
braquiocefálico bifurca-se em artéria carótida comum direita
e artéria subclávia direita.
A artéria carótida comum direita ascende até o nível da quarta vértebra
cervical para ramificar-se em artéria carótida externa e artéria carótida interna,
como já descrito acima. Cada artéria carótida externa supre basicamente a face
anterior do pescoço, a face e grande parte do couro cabeludo e as meninges
(que cobrem o cérebro). Cada artéria carótida interna supre os hemisférios
cerebrais, a hipófise, as estruturas orbitárias, a parte externa do nariz e a
porção anterior do cérebro.
A artéria vertebral direita origina-se da artéria subclávia direita e passa através
dos forames transversos de C6 até C1. Cada artéria vertebral passa
posteriormente ao longo da borda superior de C1 antes de sofrer angulação
ascendente através do forame magno para penetrar no crânio.
Um arteriograma carotídeo comum é mostrado à direita visualizando a
(A) carótida interna direita,      (B) carótida externa direita e
(C) carótida comum direita.

RAMOS DA ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA
Quatro Qmos principais da artéria carótida externa incluem os seguintes:
1. Artéria facial        3. Artéria temporal superficial
2. Artéria maxilar      4. Artéria occipital
Elas não desempenham um pllpet importante na angiografia e não
serão mostradas nos desenhos.
ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA
Cada artéria car6tida interna ascende para penetrar no canal
carotídeo na porção petrosa do osso temporal. No interior da
pirâmide petrosa, a artéria se curva para a frente e
medialmente. Antes de fornecer o supri­mento para os
hemisférios cerebrais, cada carótida interna passa através de uma
coleção de canais venosos ao redor da sela turca. A artéria carótida
interna atravessa a dura-máter medialmente em relação ao pro­cesso
dinóide anterior, e então bifurca-se nos ramos cerebrais.
A porção em forma de S da artéria carótida interna é
denominada sifão carotideo e é estudada cuidadosamente pelo
radiologista.
ARTÉRIA CEREBRAL ANTERIOR
Os dois ramos terminais de cada artéria carótida interna são as artérias
cerebrais anteriores (Fig. 21.12) e as artérias cerebrais médias (Fig. 21.13).
Cada artéria cerebral anterior e seus ramos fornecem o supri­mento para
a maior parte da região anterior do cérebro, próximo à linha média.
As artérias cerebrais anteriores curvam-se ao redor do corpo caloso,
dando diversos ramos para as porções médias do hemisfério cerebral.
Cada artéria cerebral anterior conecta-se com a artéria do lado oposto
e com a circulação cerebral posterior.

 

ARTÉRIA CEREBRAL MÉDIA

A artéria cerebral média é o maior ramo de cada artéria carótida interna.
Essa artéria supre as regiões laterais da circulação cerebral anterior (Fig. 21.13).
Conforme a artéria cerebral média caminha em direção à periferia do cérebro,
ramos ascendem ao longo da porção lateral da in­sula ou lobo central do cérebro.
Esses pequenos ramos fornecem supri­mento para tecidos cerebrais situados
profundamente no interior do cérebro.
 
ARTERIOGRAMA DA CARÓTIDA INTERNA
Quando uma artéria carótida interna é injetada com contraste, as artérias
cerebrais anterior e média são opacificadas. A fase arterial do angiograma
cerebral da carótida é similar aos desenhos na Fig. 21.14.
Na visão frontal ou incidência AP, ocorre pequena sobreposição dos dois
vasos, pois a artéria cerebral anterior direciona-se para a linha média e a
cerebral média estende-se lateralmente.
Na posição lateral, alguma sobreposição obviamente existe. Note que a artéria
carótida interna supre basicamente a porção anterior do cérebro.
Arteriogramas em incidência lateral e AP axial da carótida interna são mostrados,
demonstrando a bifurcação da artéria carótida em artérias cerebrais anterior e
média. A região do sifão carotideo em forma de S descrita acima é visualizada.
Compare o desenho legendado com as radiografias para ver se você consegue
identificar os vasos legendados antes de olhar as respostas abaixo.
A. Artéria cerebral anterior
B. Artéria cerebral média
C. Região do sifão carotídeo
D. Artéria carótida interna esquerda
Artéria carótida interna
Fig. 21.12 Carótida interna e artéria cerebral anterior.
Artéria cerebral média
Artéria cerebral interna /
Fig. 21.13 Artéria cerebral média.
Artéria cerebral anterior
Artéria cerebral
                média
\Artéria carótida intern
Fig. 21.14 Arteriografia da carótida interna visualizando as artérias cerebrais anterior e média.
 
ARTÉRIAS VERTEBROBASllARES
As duas artérias vertebrais penetram no crânio através do forame magno
e se unem para formar a artéria basilar única. As artérias vertebrais e a
artéria basilar e seus ramos formam o sistema vertebrobasilar. Retirando
boa parte do OSSO pital na Fig. 21.15, essas artérias são mostradas ao
longo da base do crânio. Diversas artérias originam-se de cada artéria
vertebral antes do seu ponto de convergência para formar a artéria basilar.
Esses ramos suprem a medula espinhal e a parte posterior do cérebro.
A artéria basilar apóia-se no clivo, uma porção do OSSO nóide, e na base
do OSSO pital anterior ao forame magno e posterior ao dorso selar.
 
CíRCULO DE WllLlS
O sangue do cérebro é fornecido pela carótida interna e pelas artérias
vertebrais. A circulação posterior do cérebro comunica-se com a circulação
anterior ao longo da base do cérebro no círculo arterial, ou círculo de Willis
(Fig. 21.16). Essas cinco artérias ou ramos que formam o círculo de Willis são
(1) a artéria comunicante anterior,
(2) as artérias cerebrais anteriores,
(3) ramos das artérias carótidas internas,
(4) a artéria comunicante posterior e
(5) as artérias cerebrais posteriores.
Há comunicação da circulação anterior e posterior e também ambos os lados
são conectados através da linha média. Desse modo, uma elaborada
anastomose interconecta todo o suprimento arterial cerebral. Conforme a
artéria basilar segue em direção ao círculo de Willis, ela fornece diversos
ramos para a parte posterior do cérebro. As artérias cerebrais posteriores
são dois dos maiores ramos.
Certos aneurismas podem ocorrer nesses vasos que formam o círculo de Willis,
e eles devem ser bem demonstrados nos estudos angiográficos cerebrais.
A importante glândula "mestre", a hipófise (glândula pituitária) e sua estrutura
óssea circundante, a sela turca, localizam-se no interior do círculo de Willis.
Ver a Fig. 21.1 5 para localizar a artéria basilar apoiada no clivo e a relação
dessas estruturas com o dorso selar.

 
ARTERIOGRAMA VERTEBROBASILAR
Um arteriograma vertebrobasilar padrão parece similar ao desenhado
simplificadamente na Fig. 21.17. As artérias vertebrais, a artéria basilar e as
artérias cerebrais posteriores podem ser vistas. 05 vários ra­mos para o
cerebelo não foram legendados nesse desenho.
Arteriogramas vertebrobasilares em incidência lateral e AP são mos­trados,
demonstrando uma injeção no lado esquerdo com preenchimento dos vasos
associados do lado esquerdo. Compare o desenho legendado com as
radiografias para ver se você consegue identificar 05 vasos legendados antes
de olhar as respostas abaixo.
A. Artérias cerebrais posteriores
B. Artéria basilar
C. Artéria vertebral esquerda
D. Artéria cerebral posterior esquerda
E. Artéria cerebral posterior direita
 
Veias Cerebrais
GRANDES VEIAS DO PESCOÇO
OS três pares de veias principais do pescoço que fazem a drenagem da
cabeça, face e região do pescoço mostrados na Fig. 21.1 8 são os seguintes:
1. Veias jugulares internas direita e esquerda 2. Veias jugulares externas
direita e esquerda 3. Veias vertebrais direita e esquerda
Cada veia jugular interna drena as cavidades cranianas e orbitárias. Além
disso, muitas veias pequenas encontram cada veia jugular interna conforme
esta passa caudalmente para por fim conedar-se com a veia braquiocefálica
de cada lado. As veias braquiocefálicas direita e esquerda unem-se para
formar a veia cava superior, que leva o sangue até o átrio direito do coração.
As duas veias jugulares externas são troncos mais superficiais que fazem a
drenagem do couro cabeludo e de grande parte da face e do pescoço. Cada
veia jugular externa deságua na respectiva veia subclávia.
As veias vertebrais direita e esquerda são formadas do lado externo do crânio
e drenam a parte superior do pescoço e a região occipital. Cada veia vertebral
penetra no forame transverso de C1, desce até C6 e então encontra a veia
subclávia.
 

SEIOS DA DURA-MÁTER

OS seios da dura-máter são canais venosos que drenam sangue do cérebro
(Fig. 21.19). Os seios estão situados entre as duas camadas de dura-máter
como descrito no Capo 22, que abrange o revestimento cerebral e os espaços
meníngeos.
Um espaço entre as duas camadas da dura, ao longo da porção superior da
fissura longitudinal, contém o seio sagital superior. O seio sagital inferior segue
posteriormente para drenar no interior do seio reto. O seio reto e o seio sagital
superior esvaziam-se nos seios trans­versos opostos.
Cada seio transverso curva-se medialmente para ocupar um sulco ao longo da
porção mastóidea do osso temporal. O seio nessa região é denominado seio
sigmóide. Cada seio sigmóide então se curva caudaimente para prosseguir na
veia jugular interna, no forame jugular.
O seio occipital ruma posteriormente do forame magno para unir­se ao seio
sagital superior, seio reto e seios transversos na confluência desses.
A confluência dos seios é localizada proximamente à protuberância occipital
interna. Outros seios importantes da dura-máter drenam a área de cada lado
do osso esfenóide e da sela turca.
 

SISTEMA VENOSO CRANIANO

As principais veias de todo o sistema venoso craniano estão legendadas na
Fig. 21.20. Apenas as veias mais proeminentes são identificadas. Um grupo
não-nomeado individualmente diz respeito às veios cerebrais externos, que,
juntamente com alguns seios da dura-máter, drenam as superfícies externas
dos hemisférios cerebrais. Como todas as veias do cérebro, as veias
cerebrais externas não possuem válvulas e são extremamente finas, pois
não têm tecido muscular.
 
Sistema Circulatório Torácico
ARTÉRIAS TORÁCICAS
A aorta e as artérias pulmonares são as principais artérias localizadas no
tórax. As artérias pulmonares suprem os pulmões com sangue desoxigenado
(como mostrado anteriormente na Fig. 21.4).
A aorta estende-se do coração até aproximadamente a quarta vértebra lombar
e é dividida em porções torácica e abdominal. A porção torácica é subdividida
nos quatro segmentos seguintes (Fig. 21.21):
1. Bulbo aórtico (raiz)
2. Aorta ascendente
3. Arco aórtico
4. Aorta descendente
O bulbo, ou raiz, fica na extremidade proximal da aorta e é o seg­mento do
qual se originam as artérias coronárias.
Estendendo-se do bulbo está a
porção ascendente da aorta, que termina aproximadamente na segunda
articulação esternocostal e passa a ser o arco. O arco é incomparável em
relação aos outros segmentos da aorta torácica pois existem três ramos que
se originam nele: a artéria braquiocefálica, a carótida comum esquerda e a
artéria subclávia esquerda. 
 
Existem muitas variações do arco aórtico. As três variações mais comuns,
ocasionalmente vistas na angiografia, são as seguintes (Fig. 21.22):
A. Aorta esquerda circunflexa arco normal com aorta descendente
direcionada para baixo e para a esquerda.
B. Aorta inversa (arco à direita)
C. Pseudocoarctação (aorta descendente arqueada)
Em sua extremidade distal, o arco aórtico passa a ser a aorta descendente
(ver Fig. 21.21). A aorta descendente estende-se do istmo até o nível da
décima segunda vértebra dorsal. Inúmeros ramos arteriais intercostais,
brônquicos, esofágicos e frênicos superiores originam-se da aorta
descendente, não mostrados na Fig. 21.21. Essas artérias trans­portam
sangue para órgãos que Ihes dão o nome.

 
VEIAS TORÁCICAS
As principais veias do tórax são a veia cava superior, a veia ázigos e as veias
pulmonares. A veia cava superior leva o sangue transportado do tórax para
o átrio direito. A veia ázigos é a principal tributária que traz o sangue do tórax
para a veia cava superior (Fig. 21.23). A veia ázigos penetra na veia cava
superior posteriormente. O sangue proveniente do tórax penetra na veia ázigos
através das veias intercostais, brônquicas, esofágicas e frênicas. Note que
uma parte da veia cava superior foi retirada nesse desenho para melhor 
visualização da veia ázigos e das veias intercostais.
As veias pulmonares inferior e superior trazem o sangue oxigena­do dos pulmões
para o átrio esquerdo, como mostrado anteriormente. A veia cava inferior é
responsável pelo retorno venoso do abdome e dos membros inferiores até o
átrio direito (ver Figs. 21.4 e 21.6)
.
Sistema Circulatório Abdominal

ARTÉRIAS ABDOMINAIS

A aorta abdominal é a continuação da aorta torácica. A aorta abdominal é
anterior às vértebras e estende-se do diafragma até aproximadamente o
nível de L4, onde se bifurca em artérias ilíacas comuns direita e esquerda.
Existem cinco ramos principais da aorta abdominal que são de maior
interesse na angiografia. Qualquer um desses ramos pode ser seletivamente
cateterizado para estudo de um órgão específico.
Esses ramos são mostrados na Fig. 21.24 a seguir:
1. Artéria celíaca
2. Artéria mesentérica superior
3. Artéria renal esquerda
4. Artéria renal direita
5. Artéria mesentérica inferior
 
O tronco do eixo celíaco origina-se na região anterior da aorta, ime­diatamente
abaixo do diafragma e cerca de 1,5 cm acima da origem da artéria mesentérica
superior. Órgãos que recebem suprimento sangüíneo dos três grandes ramos
do tronco celíaco são os órgãos hepático, esplênico e gástrico.
A artéria mesentérica superior fornece sangue para o pâncreas, para a maior
parte do intestino delgado e para porções do intestino grosso (ceco, cólon).
(ascendente e metade do cólon transverso). Ela é originada na superfície
anterior da aorta, ao nível da primeira vértebra lombar, cerca de 1,5 cm
abaixo da artéria celíaca.
A artéria mesentérica inferior origina-se da aorta, aproximadamente na
terceira vértebra lombar (3 ou 4 cm acima do nível da bifurcação das artérias
ilíacas comuns). O sangue é fornecido para porções do intestino grosso
(metade esquerda do cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide
e maior parte do reto) através da artéria mesentérica inferior.
As artérias renais direita e esquerda que fornecem sangue para os rins
originam-se de cada lado da aorta imediatamente abaixo da artéria mesentérica
superior, ao nível do disco entre a primeira e a segunda vértebra lombar.
A porção distal da aorta abdominal bifurca-se ao nível da quarta vértebra
lombar em artérias ilíacas comuns direita e esquerda. Cada artéria ilíaca
comum então se divide em artérias ilíacas interna e ex­terna. As artérias ilíacas
internas fornecem suprimento sangüíneo para os órgãos pélvicos (bexiga, reto,
órgãos reprodutivos e musculatura péllvica.
Os membros inferiores recebem sangue das artérias ilíacas externas. A artéria
ilíaca externa é significativa na angiografia e é usada para estudar cada
membro inferior.
 

VEIAS ABDOMINAIS

O retorno venoso das estruturas abaixo do diafragma (tronco e membros
inferiores até o átrio direito do coração é feito pela veia cava inferior. Existem
várias tributárias da veia cava inferior que são importantes radiograficamente.
Essas veias incluem as veias ilíacas comuns direita e esquerda, as veias
ilíacas externas e internas, as veias renais (Fig. 21.25) e o sistema porta
(Fig. 21.26). As ilíacas drenam a área pélvica e os membros inferiores, e as
veias renais trazem o sangue dos rins.
As veias mesentéricas superior e inferior fazem o retorno venoso dos intestinos
delgado e grosso através da veia porta, das veias hepáticas, até a veia cava
inferior. Isso é visto melhor na Fig. 21.26, na página seguinte.
 

SISTEMA PORTA

O sistema porta inclui todas as veias que drenam sangue do trato digestivo
abdominal e do baço, pâncreas e vesícula biliar. Desses órgãos, esse
sangue converge para o fígado através da veia porta. Durante a sua
permanência no fígado, esse sangue é "filtrado" e retoma para a veia cava
inferior através das veias hepáticas. Existem várias tributárias importantes
das veias hepáticas (Fig. 21.26). A veia esplênica é uma grande veia com
suas próprias tributárias, que trazem o sangue do baço.
A veia mesentérica inferior, que faz o retorno venoso do reto e de partes
do intestino grosso, usualmente se abre na veia esplênica, mas, em cerca
de 10% dos casos, ela termina no ângulo de união das veias esplênica e
mesentérica superior. A veia mesentérica superior traz o sangue do intestino
delgado e de partes do intestino grosso. Ela se une com a veia esplênica
para formar a veia porta.
 
Sistema Circulatório Periférico

ARTÉRIAS DOS MEMBROS SUPERIORES
Geralmente considera-se que a circulação arterial dos membros
superi­ores é iniciada na artéria subclávia. A origem da artéria
subclávia difere no lado direito em comparação com o esquerdo.
À direita, a subclávia origina-se da artéria braquiocefálica, ao passo
que a subclávia esquerda é originada diretamente do arco aórtico.
A subclávia passa a se chamar artéria axilar, que dá origem à artéria
braquial. A artéria braquial bifurca-se para formar as artérias ulnar e
radial, aproximadamente ao nível do colo do rádio. As artérias ulnar
e radial continuam a ramificar-se até que se unem para formar os
dois arcos pai mares (profundo e superficial). Ramos desses arcos
fornecem suprimento sangüíneo para a mão e os dedos.

 

 

VEIAS DOS MEMBROS SUPERIORES

O sistema venoso dos membros superiores pode ser dividido em duas partes:
as veias profundas e superficiais (Fig. 21.28). Elas comunicam­se umas às
outras em locais freqüentes e desse modo formam dois canais paralelos de
drenagem a partir de uma única região. As veias cefálicas e basílicas são as
principais tributárias do sistema venoso superficial. Ambas as veias se originam
no arco da mão. Anteriormente à articulação do cotovelo está a veia cubital
media I (a veia mais comumente usada para coleta de sangue), que se
conecta com os sistemas de drenagem superficial do antebraço. A veia
basílica superior deságua na grande veia axilar, que drena para a veia
subclávia e finalmente para a veia cava superior. A veia basílica inferior
une-se à veia cubital media I para prosseguirem até a veia basílica superior.
As veias profundas incluem as duas veias braquiais que drenam a veia
radial, a veia ulnar e os arcos palmares. As veias braquiais pro­fundas
unem-se à veia basílica superficial para formar a veia axilar, que deságua
na subclávia e finalmente na veia cava superior.
 

ARTÉRIAS DOS MEMBROS INFERIORES

A circulação arterial dos membros inferiores começa na artéria ilíaca externa
e termina nas veias do pé (Fig. 21.29). A primeira artéria a penetrar no
membro inferior é a artéria femoral comum. A artéria femoral comum divide-se
em artéria femoral e artéria femoral profunda. A artéria femoral estende-se
distalmente na perna e passa a ser chamada de artéria poplítea ao nível do
joelho. Ramos da artéria poplítea são a artéria tibia! anterior, artéria tibial
posterior e artéria fibular.
A artéria tibial anterior continua como artéria dorsal do pé, com ramos para
o tornozelo e o pé. A artéria fibular e a artéria tibial anterior fornecem
suprimento sangüíneo para a panturrilha e a superfície plantar do pé.

 

VEIAS DOS MEMBROS INFERIORES

As veias dos membros inferiores são similares às dos membros superi­ores
no que diz respeito ao sistema venoso superficial e profundo. O sistema
venoso superficial contém as veias safenas magna e parva e suas tributárias
e as veias superficiais do pé.
A veia safena magna é a veia mais longa do corpo e se estende desde o pé,
ao longo da região media! da perna, até a coxa, onde deságua na veia
femoral A veia safe na parva origina-se no pé e se estende posteriormente ao
longo da perna para terminar no joelho, onde deságua na veia poplítea.
As principais veias profundas são as veias tibial posterior, fibular, tibial
anterior, poplítea e femoral A veia tibial posterior e a veia fibular unem-se
após a drenagem da parte posterior do pé e da perna. A veia tibial posterior
estende-se para cima e se une com a veia tibial anterior para tornar-se a
veia poplítea ao nível do joelho. A veia poplítea é contínua, proximamente,
com a veia femoral, antes de se tornar à veia ilíaca externa (Fig. 21.30).
 
Sistema Linfático

RENAGEM LINFÁTICA

o sistema linfático serve para drenar o líquido intersticial (líquido nos espaços
entre as células) e trazê-Io para o sistema venoso. O líquido proveniente do
lado esquerdo do corpo, membros inferiores, pelve e abdome penetra no
sistema venoso através do dueto torácico (maior vaso linfático do corpo), que
drena para o interior da veia subclávia esquerda, próximo à sua junção com
a veia jugular esquerda.
A parte superior do lado direito do corpo, os membros superiores, a cabeça
e a região do pescoço drenam a linfa para o sistema venoso na junção das
veias jugular direita e subclávia direita através do dueto linfático direito
(Figs. 21.31 e 21.32).

 
FUNÇÕES
As funções da porção linfática do sistema circulatório são as seguintes:
1. Combater doenças através da produção de linfócitos e microfagócitos.
2. Promover o retorno de proteínas e de outras substâncias para o sangue.
3. Filtrar a linfa nos linfonodos.
4. Transferir gordura do intestino para o ducto torácico e deste para o sangue.
O sistema linfático não possui um coração para bombear a linfa para
o seu destino. Em vez disso, a linfa é transportada por difusão, peristal-­se,
movimentos respiratórios, atividade cardíaca, massagem e atividade
muscular. O transporte da linfa ocorre em uma única direção - para longe
dos tecidos. A seqüência de movimentos do líquido ocorre a partir dos
capilares linfáticos até diversos vasos linfáticos nos quais a linfa penetra
nos linfonodos e retoma para o sistema venoso através de vasos linfáticos
eferentes.
Os linfonodos tendem a formar grupos, embora eles possam ser solitários.
Existem milhares de nodos por todo o corpo, alguns dos quais são
identificados na Fig. 21.32. As principais coleções de nodos que são vistas
radiograficamente são aquelas nas regiões torácica, abdominal, pélvica e
inguinal.

LlNFOGRAFIA

Linfografia é o termo geral usado para descrever o exame radiográfico dos
vasos linfáticos e linfonodos após a injeção de um contraste. O ter­mo
linfangiografia é freqüentemente usado para o estudo radiográfico dos vasos
linfáticos após a injeção de um contraste. Isso é feito através da injeção de
um contraste oleoso no interior do vaso linfático (usual­mente nos pés ou
nas mãos) e do rastreamento de sua trajetória, com radiografias em
intervalos cronometrados.
Como o ritmo da circulação do sistema linfático é muito lento, as seqüências
cronometradas necessárias são também muito lentas. Os vasos linfáticos
são usualmente visualizados dentro da primeira hora após a injeção, e os
linfonodos são vistos 24 horas após.
Com o advento da tomografia computadorizada, que pode visualizar
prontamente linfonodos aumentados, exames de linfografia usando
contraste, como descrito acima, estão sendo realizados em menor número.
 ----

P R O C E D I M E N TO S  ANGlOGRAFICO S
Visão Global
Como definido no início deste capítulo, angiografia refere-se ao estudo
radiológico dos vasos após injeção de contraste. Para visualizar essas
estruturas de baixo contraste, um contraste é injetado através de um
cateter colocado no vaso de interesse. Contraste positivo é mais
comumente usado, mas há momentos nos quais o uso de contraste
negativo é indicado. Equipamento altamente especializado para o estudo
é exigido para esses procedimentos.
A angiografia pode ser mais especificamente descrita da seguinte forma:
Arteriografia: estudo das artérias.
Venografia: estudo das veias.
Angiocardiografia: estudo do coração e estruturas associadas. Linfografia:
estudo dos vasos linfáticos/linfonodos.
Este capítulo tenciona ser uma introdução à angiografia e procedi­mentos
intervencionistas, não incluindo a variedade de técnicas, informação e
procedimentos disponíveis.

A EQUIPE DE ANGIOGRAFIA

A angiografia é realizada por uma equipe de profissionais de saúde, incluindo
(1) um radiologista (ou outro angiografista qualificado),
(2) um técnico ou enfermeiro qualificado e
(3) um técnico em radiologia. Dependendo do protocolo departamental e
da situação específica, um médico, enfermeiro ou técnico e/ou técnico
em hemodinâmica adicional pode também estar disponível para auxiliar
no procedimento.
A angiografia é freqüentemente uma área ou especialidade prática para
técnicos ou outros profissionais de saúde. Uma equipe competente e
eficiente é crucial para o sucesso do procedimento.
 

CONSENTIMENTO E CUIDADOS DO PACIENTE PRÉ-PROCEDIMENTO

Uma história clínica deve ser obtida antes do procedimento. Ela deve incluir
perguntas para avaliar a capacidade do paciente de tolerar a injeção de
contraste (isto é, história de alergias, condição cardíaca/pulmonar e função
renal). O paciente também será entrevistado a respeito da história
medicamentosa e sintomas. A história medicamentosa é importante, pois
alguns medicamentos são anticoagulantes e causarão sangramento
excessivo durante e após o procedimento. Conhecer a história
medicamentosa é também importante durante a seleção da pré­medicação.
Resultados laboratoriais prévios e outros dados pertinentes são também
revisados.
Uma explicação detalhada do procedimento será dada ao paciente, o que
é importante para garantir completa compreensão e cooperação. A
explicação incluirá possíveis riscos e complicações do procedimento, de
forma que o paciente fique completamente informado antes de assinar o
consentimento.
Alimentos sólidos são suspensos por aproximadamente 8 horas antes do
procedimento a fim de reduzir o risco de aspiração. No entanto, assegurar-se
de que o paciente está bem hidratado é importante para reduzir o risco da
indução de lesão renal pelo contraste.
Pré-medicação usualmente é dada para os pacientes antes do procedimento
a fim de ajuda-los a relaxar. O paciente pode ficar mais confortável na mesa
com a colocação de uma esponja sob os joelhos a fim de reduzir a tensão
das costas. Sinais vitais são obtidos e registrados, e o pulso na extremidade
distal do local de punção selecionado é avalia­do. No local da punção são
realizadas tricotomia e assepsia, e, em seguida, são colocados os campos
estéreis.
Comunicação e monitorização contínuas do paciente pelo técnico e pelos
outros membros da equipe de angiografia aliviarão muito o medo e o
desconforto do paciente.

ACESSO VASCULAR PARA INJEÇÃO DE CONTRASTE

Para visualizar o(s) vaso(s) de interesse, um cateter deve ser introduzi­do
na vasculatura do paciente para que o contraste seja injetado através dele.
Um método comumente usado para cateterização é a técnica de Seldinger.
Essa técnica foi desenvolvida pelo Dr. Sven Seldinger na década de
1950 e permanece popular até hoje. É uma técnica percutânea
(através da pele) e pode ser usada para acessos venosos ou arte­riais.
Três vasos são tipicamente avaliados para a cateterização:
(1) femoral, (2) braquial e (3) axilar. O angiografista fará a seleção com
base na presença de um pulso forte e na ausência de doença vascular.
A artéria femoral é o local preferido para punção arterial devido ao seu
tamanho e à localização facilmente acessível. Se uma punção femoral
for contra-indicada devido a enxertos cirúrgicos prévios, presença de
aneurisma ou doença vascular oclusiva, a artéria braquial ou axilar
pode ser selecionada. A veia femoral seria também o vaso de escolha
para acesso venoso.
A seguir, a descrição passo a passo da técnica de Seldinger:
 

TÉCNICA DE SELDINGER

Passo 1 - inserção da agulha: A agulha, com uma cânula interna, é
colocada em uma pequena incisão e avançada de modo a puncionar ambas
as paredes do vaso.
Passo 2 - colocação da agulha na luz do vaso: A colocação da agulha
na luz do vaso é obtida com a remoção da cânula interna e a retirada lenta
da agulha até que um fluxo sangüíneo constante retome através da agulha.
Passo 3 - inserção do guia metálico: Quando o fluxo sangüíneo desejado
retoma através da agulha, a extremidade flexível de um guia metálico é
inserida através da agulha e avançada cerca de 10 cm no interior do vaso.
Passo 4 - remoção da agulha: Após o posicionamento do guia metálico, a
agulha é removida pela retirada dessa por sobre a porção do guia metálico
que permanece externamente ao paciente.
Passo 5 - condução do cateter até a área de interesse: O cateter é então
conduzido sobre o guia metálico e avançado até a área de interesse sob
controle fluoroscópico.
Passo 6 - remoção do guia metálico: Quando o cateter estiver localizado na
área desejada, o guia metálico é removido do interior do cateter. O cateter
então permanece em seu posicionamento como uma conexão entre o
exterior do corpo e a área de interesse.
 

OUTRAS TÉCNICAS PARA ACESSO VASCULAR

Existem duas técnicas menos comuns para acessar vasos que podem ser
usadas quando necessário. Uma é chamada de dissecção, a qual exige um
pequeno procedimento cirúrgico para expor o vaso de interes­se. A segunda
técnica é a abordagem translombar, que exige que o paciente seja colocado
em decúbito ventral e que uma longa agulha seja \Jassada através do
abdome ao nível de T12 ou L2 para o interior da aorta. Essas duas técnicas
não são tão comuns e não são ilustradas es­pecificamente neste capítulo.
 
ACESSO VASCULAR, cont.
Os itens estéreis mostrados na Fig. 21.38 foram colocados pelo radiologista
e estão preparados para a punção arterial. O monifoldo de três divisões
mostrado no campo estéril nessa fotografia é conectado por ex­tensões de
tubos a
1) um transdutor para medição da pressão no vaso,
(2) um gotejamento salino heparinizado sob pressão e
(3) um contraste apropriado. A seringa adaptada à extremidade inferior do
monifoldo permite injeção manual de medicação ou do contraste, e a outra
extremidade do monifoldo  fixa-se ao cateter posicionado.
Os cateteres possuem diferentes formatos em suas extremidades distais a
fim de permitir um fácil acesso ao vaso de interesse. O técnico deve estar
familiarizado com os tipos, a radiopacidade, os tamanhos, a construção e a
forma da ponta dos cateteres e guias metálicos usados. Muitos desses
cateteres estão disponíveis (Fig. 21.39).
O cateter deve ser lavado com freqüência durante o procedimento para
prevenir a formação de coágulos sangüíneos que possam se tornar embólicos
 
BANDEJA ANGIOGRÁFICA
Uma bandeja estéril contém o equipamento básico necessário para uma
cáteterização de Seldinger de artéria femoral (Fig. 21 4O). Itens estéreis
básicos incluem os seguintes:
1. Hemostatos
2. Solução anti-séptica e esponjas preparadas
3. Lâmina de bisturi
4. Seringa e agulha para anestesia local
5. Bacias e cuba
6. Campos e toalhas estéreis
7. Band-Aids
8. Cobertura do intensificador de imagem estéril
CONTRASTE
O contraste de escolha é uma substância iodada não-iônica e hidrossolúvel
devido à sua baixa osmolaridade e ao risco reduzido de reação
alérgica. A quantidade necessária dependerá do vaso a ser examinado.
Como em todos os procedimentos que usam contraste, um equipamento
de emergência deve estar prontamente disponível, e o técnico deve estar
familiarizado com o protocolo em caso de reação alérgica do paciente.

 
IMAGEM
Uma vez que o vaso de interesse esteja cateterizado sob orientação fluoroscópica, uma pequena injeção manual de contraste será dada para garantir que o cateter esteja em uma posição precisa (isto é, está na luz do vaso e não cravado contra a parede). Para a série de imagens, um injetor eletromecânico fornece uma quantidade predeterminada de contraste e as imagens são obtidas. A taxa de aquisição de imagens é rápida, freqüentemente na faixa de vários quadros por segundo. A série será revisada para determinar qual série adicional precisa ser feita, se é que precisa.
PROTEÇÃO CONTRA RADIAÇÃO
Existe um risco potencial no que diz respeito à dose aumentada de radiação para os profissionais de saúde que são membros de uma equipe de angiografia. Isso ocorre devido ao uso de fluoroscopia e à sua proximidade com o paciente e o equipamento durante o procedimento. O uso consciencioso de dispositivos de proteção contra radiação como protetores de chumbo, escudos tireoidianos e óculos de chumbo é necessário. Garantir que o tempo de fluoroscopia é o mínimo ab­soluto é também vital para redução da dose.
Colimação precisa é importante para reduzir a dose para o paciente e para a equipe de angiografia e limitar a quantidade de radiação secundária produzida que irá degradar a qualidade da imagem é também essencial.
Protetores de chumbo podem ser suspensos no teto como um modo adicional de proteção ao rosto e aos olhos do angiografista. Além disso, a unidade de angiografia pode possuir filtros especializados de feixes e capacidade de fluoroscopia pulsada para ajudar a assegurar que a dose seja mantida em valores mínimos.
CONTRA-INDICAÇÕES
Contra-indicações para pacientes que serão submetidos à angiografia incluem alergia ao contraste, função renal prejudicada, distúrbios da coagulação sangüínea ou uso de medicamento anticoagulante e função cardiopulmonar /neurológica instável.
RISCOS/COMPLICAÇÕES
Procedimentos angiográficos não são isentos de risco para o paciente. Alguns dos riscos e complicações mais comuns são os seguintes:
Sangramento no local da punção: Isso pode usualmente ser controla­  do com aplicação de compressão.
Formação de trombos: Um coágulo sangüíneo pode se formar em um vaso e interromper o fluxo para áreas distais.
Formação de êmbolo: Um pedaço de placa pode ser desalojado de uma parede do vaso pelo cateter. Um acidente vascular cerebral ou
oclusão de outro vaso pode ocorrer. . Dessecação de um vaso: O cateter pode romper a íntima de um vaso. . Infecção do local de punção: Isso é causado pela contaminação do campo estéril.
Reação ao contraste: Essa pode ser leve, moderada ou grave .
Se a artéria braquial ou axilar foi usada para a cateterização, há o ris­co adicional de dano aos nervos adjacentes e de espasmo arterial. A abordagem translombar também possui riscos adicionais para o paciente, que incluem hemotórax, pneumotórax e hemorragia retroperitoneal.
Raramente, uma porção do guia metálico ou do cateter pode quebrar no vaso. O fragmento se torna um êmbolo e o paciente corre muito risco. O fragmento pode ser recuperado usando um tipo especial de cateter
CUIDADOS APÓS O PROCEDIMENTO
Após o procedimento angiográfico, o cateter é removido e compressão é aplicada no local da punção. O paciente permanece em repouso no leito por no mínimo 4 horas, mas a cabeceira da cama/maca deve estar elevada aproximadamente 30°. Durante esse período, o paciente é monitorizado e os sinais vitais e o pulso periférico distal ao local da punção são conferidos regularmente. A extremidade é também avaliada quanto à temperatura, cor e sensibilidade para garantir que a circulação não tenha sido interrompida. Líquidos orais são dados e analgésicos são fornecidos se necessário.
Devem ser dadas instruções aos pacientes em caso de sangramento espontâneo no local da punção: aplicar pressão e procurar socorro.
Pacientes que sofreram uma abordagem translombar devem seguir condutas similares após o procedimento, com exceção de compressão externa. Nesse caso, o sangramento é controlado internamente, já que sangramento na musculatura periaórtica fornece compressão interna.
Avanços recentes incluem o desenvolvimento de dispositivos para fechar cirurgicamente o local de punção de forma percutânea. O dispositivo usado para isso é parte do sistema de introdução de cateter. Na conclusão do procedimento, o vaso é suturado usando o dispositivo especializado fixado. Isso é vantajoso para o paciente, pois reduz o risco de hemorragia e não é necessário que o angiografista comprima a virilha por diversos minutos. Essa técnica é efetiva mesmo se o paciente tomar anticoagulantes.             '

 


Equipamento para Estudo Angiográfico




 

SALA DE ANGIOGRAFIA

Uma sala de angiografia é equipada para todos os tipos de procedimentos
angiográficos e intervencionistas e possui uma ampla variedade de agulhas,
cateteres e guias metálicos ao alcance das mãos. É maior do que as salas
para radiografia convencional e possui uma pia e área para escovação e
uma sala de espera para os pacientes. A sala angiográfica deve ter saídas
para oxigênio e aspiração, e equipamento médico de emergência deve
estar próximo.

EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS

Uma unidade angiográfica geralmente exige o seguinte:
Uma mesa do tipo ilha que forneça acesso ao paciente por todos os lados.
Ela deve ter capacidade flutuante nos quatro sentidos, altura ajustável e
um mecanismo de inclinação.
Imagem com amplo campo de visão, justificados com fluoroscopia
digital com braço C.
Sistema de aquisição de imagem digital programável que permita seleção
e aquisição de taxa e seqüência de imagem e processamento das imagens.
Tubo(s) especializado(s) de raios-X com alta capacidade de carregar calor e
rápido esfriamento a fim de atender à necessidade de mA alta, taxas de
quadro mais altas e série de aquisição múltipla. (Um sistema biplano é
mostrado na Fig. 21.4 1). Injetor eletromecânico para fornecimento do
contraste (ver descrição completa na p. 683).
Equipamento para monitorizarão fisiológica que permita monitorizar as
pressões arterial e venosa do paciente e ECG (especialmente importante
para angioplastia e cateterização cardíaca).
Método de arquivamento de imagens ligado ao PACS e/ou à impressora
a laser.Sistemas mais antigos usam alternadores biplanos de corte do filme
(ver Fig. 21.44), mas estão sendo amplamente substituídos pelos sistemas
digitais.


AQUISiÇÃO DIGITAL
Conforme a radiação atravessa o paciente e é detectada pelo intensificador
de imagem, este converte a energia dos raios X para luz. Esta é então
transmitida para um sistema de televisão que converte a luz em um sinal
elétrico e envia esse sinal para um conversar de analógico para digital. O
sinal é então digitalizado e enviado para o processador digital de imagem.
O processador de imagem permite que o técnico exiba, manipule e armazene
as imagens. A imagem digital de um arteriograma carotídeo é mostrada na
Fig. 21.42.

 
ANGIOGRAFIA DIGITAL COM SUBTRAÇÃO (DSA)
Uma vantagem da tecnologia digital é a capacidade de realizar a angiografia
digital com subtração (OSA). O método digital substitui o antigo método
fotográfico de subtração de imagem. Com a tecnologia digital, um
computador altamente sofisticado "subtrai" ou remove algumas estruturas
anatômicas de modo que a imagem resultante demonstre apenas o(s)
vaso(s) de interesse contendo o contraste (Fig. 21.43). Uma imagem
subtraída aparece como uma imagem inversa e pode visualizar
informações diagnósticas não-aparentes em uma imagem convencional
não-subtraída.
Imagens Pós-processamento Como as imagens são digitais e armazenadas,
muitas opções após o processamento estão disponíveis a fim de melhorar
ou modificar a imagem. Algumas funções pós-processamento (ex.,
alteração de pediu ) permitem que o técnico melhore a qualidade da imagem
subtraída. A imagem pode ser ampliada (zoom) para se ver estruturas
específicas, e analisada quantitativamente para medir distâncias, calcular
estenose etc. Muitas outras opções também estão disponíveis.
A aquisição digital permite que as imagens sejam arquivadas direta­mente
para um PACS se disponível, com todas as vantagens inerentes (fácil acesso
às imagens pelos especialistas, eliminação de filmes perdi­dos, visão
simultânea de imagens etc.).

ANGIOCARDIOGRAFIA
Objetivo
Angiocardiografia refere-se especificamente ao estudo radiológico do coração
e estruturas associadas. Arteriografia coronariana é usual­mente realizada
ao mesmo tempo para visualizar as artérias coronárias.
Cateterização cardíaca é um termo mais geral usado para descrever a
colocação do cateter no coração, e inclui estudos adicionais aos estudos
radiológicos, como obter amostras de sangue para medição da saturação
de oxigênio ( oximetria ) e medição das pressões e gradientes
hemodinâmicos. É necessário equipamento especializado para monetarização
fisiológica para essas medições sensíveis. Para os fins deste texto,
focalizaremos o estudo da cateterização cardíaca.

Indicações Patológicas
As indicações patológicas para angiocardiografia e arteriografia coronariana
incluem as seguintes:
Doença arterial coronariana e angina
Infarto miocárdico
Doença valvular
Dor torácica atípica
Anomalias cardíacas congênitas
Outras patologias do coração e da aorta



 
Cateterização
Como nos outros angiogramas, a artéria femoral é o local preferido para
cateterização. O cateter é avançado até a aorta e ao longo de sua extensão
para o interior do ventrículo esquerdo para o ventriculograma esquerdo.
Um cateter pígtoíl é usado, pois um grande volume de contras­te será
injetado. Para o arteriograma coronariano, o cateter é trocado e a artéria
coronária é selecionada; as artérias coronárias direita e esquerda são
examinadas rotineiramente. Cateteres com formatos especiais são
projetados para caber em cada uma das artérias coronárias.
Após a injeção do contraste nas artérias coronárias, o cateter é
imediatamente removido para evitar oclusão do vaso.
Acesso ao lado direito do coração seria obtido através da cateterização da
veia femoral e avanço do cateter através das estruturas venosas até que o
lado direito do coração seja alcançado.

Contraste
Aproximadamente 40 a 50 ml de contraste iodado hidrossolúvel não­iônico
e de baixa osmolaridade são injetados para o ventriculograma. As artérias
coronárias exigem tipicamente 7 a 10 ml de contraste por injeção.


 
Imagem
A taxa de imagem para angiocardiografia é muito rápida, na faixa de 15 a
30 quadros por segundo, e é mais alta em pacientes pediátricos.
Se equipamento biplano estiver disponível para o ventriculograma esquerdo,
imagens em incidência AOD e AOE serão obtidas. Se o equipamento é de
plano único, uma imagem AOD a 30° será obtida rotineiramente (Fig. 21.54).
Usando o ventriculograma, a fração de ejeção pode ser calculada. A fração
de ejeção é expressa como uma porcentagem e fornece uma indicação da
eficiência da bomba do ventrículo esquerdo (Fig. 21.56).
Uma série de imagens oblíquas é obtida para visualização completa das
coronárias. Rotineiramente, seis tomadas da coronária esquerda são
obtidas, e duas tomadas da coronária direita são obtidas (mais tomadas são
obtidas da coronária esquerda, pois na maioria das pessoas ela e seus
ramos fornecem o suprimento sangüíneo para a maior parte do coração).
O uso de equipamento biplano de imagem é vantajoso, pois reduz a
quantidade de contraste necessária, já que duas incidências oblíquas podem
ser obtidas simultaneamente. A respiração é suspensa para a aquisição
da imagem.
As imagens são arquivadas em compacte dísco ou no PACS e, quando
executadas, são vistas em modo de filme.



 
ANGIOGRAFIA ABDOMINAL

Objetivo
Angiografia abdominal demonstra o contorno e a integridade da
vasculatura abdominal. Isso significa que a disposição ou o deslocamento
dos vasos abdominais que estão sendo estudados e possíveis obstruções
 ou roturas de vasos (por exemplo, abaulamento do aneurisma)
serão demonstradas. Qualquer deslocamento dos vasos pode indicar uma
lesão ocupando espaço.
Aortografia refere-se ao estudo angiográfico da aorta, e estudos se­
letivos referem-se a cateterização de um vaso específico. Cavografia
demonstra a veia cava superior e/ou inferior.

Indicações Patológicas
As indicações patológicas para angiografia abdominal incluem as seguintes:
Aneurismas
Anormalidade congênita . Sangramento GI
Estenose ou oclusão
Trauma

Cateterização
Para um aortograma, a aorta é tipicamente acessada pela artéria femoral.
O tamanho e o tipo do cateter necessário dependem da estrutura,
mas um cateter pigtoil é geralmente usado devido à grande quantidade de
contraste a ser injetado conforme a necessidade para o aortograma
(Fig. 21.57).
Estudos angiográficos seletivos exigem o uso de cateteres especial­mente
configurados para acessar o vaso de interesse. Estudos seletivos
comumente realizados incluem o tronco celíaco, as artérias renais
(Fig.21.58) e as artérias mesentéricas inferior e superior, que são seleciona­
das durante a investigação de sangramento GI. Um estudo super seletivo
envolve a seleção de um ramo do vaso. Um exemplo comum disso é a
seleção da artéria hepática ou esplênica, que são dois ramos do tronco celíaco.
A cateterização para a cavografia é obtida através da punção da veia femoral.
O cateter é então avançado até o nível desejado.
 
Contraste
Uma quantidade média de contraste para um aortograma e para um
cavograma é de 30 a 40 ml. A quantidade de contraste para estudos
seletivos varia, dependendo do vaso a ser examinado. Como em outros
procedimentos angiográficos, o contraste de escolha é iodado, hidros­
solúvel e não-iônico, com baixa osmolaridade.

Imagem
As imagens são obtidas o paciente na posição supina; qualquer obliqüidade
exigida é obtida através da manipulação do braço C. Imagens seriadas
são obtidas tipicamente por vários segundos. A taxa e a seqüência­
cia de imagens dependem de muitos fatores, incluindo tamanho do vaso,
história do paciente e preferência médica.
Antes da realização de qualquer estudo arterial seletivo, um angioograma­
grama abdominal geralmente é obtido, preferivelmente incluindo desde­
de o diafragma até a bifurcação da aorta. Ramos associados da aorta,
como as artérias renais direita e esquerda e as artérias mesentéricas
superior e inferior, serão visualizados, como mostrado nas imagens da
Fig. 21.59.
As seqüências de imagem para estudos seletivos são usualmente
estendidas para visualizar a fase venosa. A respiração é suspensa
durante a obtenção da imagem.

 
ANGIOGRAFIA PERIFÉRICA

Objetivo
Angiografia periférica é um exame radiológico da vasculatura periférica
após a injeção de contraste. Angiografia periférica pode ser um
arteriograma (Fig. 21.60), onde a injeção é feita através de um cateter
em uma artéria, ou um venograma, onde a injeção é feita no interior de
uma veia periférica. Venogramas são raramente realizados nos dias de
hoje devido à sensibilidade aumentada do ultra-som (Doppler colorido)
para demonstrar patologia, e não serão discutidos nesta seção.
Indicações Patológicas
As indicações patológicas para angiografia periférica incluem as seguintes:
Doença aterosclerótica
Estenose ou oclusão dos vasos
Trauma
Neoplasia
Embolia ou trombose
 
Cateterização
A técnica de Seldinger é usada para acessar a artéria femoral, ou,
alternativamente, para um arteriograma periférico. Para um arteriograma
de membro inferior, o cateter é avançado imediatamente superior à
bifurcação da aorta.
Para um arteriograma de membro superior, o cateter é avançado ao
longo da aorta torácica e abdominal. Para um estudo do membro
superior esquerdo, a artéria subclávia esquerda é selecionada; para
um estudo do membro superior direito, a artéria subclávia direita é
selecionada a partir do tronco braquiocefálico.

Contraste
A quantidade média de contraste necessária para um arteriograma de
membro superior é muito menor que para um arteriograma de membro
inferior. Isso ocorre devido à diferença no tamanho da parte e pelo fato
de o exame de membro superior ser unilateral, ao passo que no membro
inferior o exame é bilateral.

Imagens: Membro Superior
O estudo do membro superior exige o cálculo do tempo do fluxo sangüíneo,
e uma técnica similar àquela descrita previamente pode ser usada. A
diferença básica entre o estudo do membro superior e inferior é o fato de
ele ser unilateral no membro superior, e não bilateral como no membro
 inferior.

Imagens: Membro Inferior
Devido à existência de variação no fluxo sangüíneo através de ambos os
membros inferiores como resultado da potência e oclusão de vaso, o tempo
de circulação deve ser determinado para garantir que o contras­te seja
visível nos vasos durante o estudo. Diferentes métodos podem ser usados
para controlar o tempo do estudo. Isso pode ser feito manual­mente controlando
a velocidade do movimento da mesa durante a ob­tenção da imagem, ou a
programação pode ser feita por computador.
Usando a técnica atual, uma vez que o tempo do fluxo sangüíneo tenha sido e
estabelecido, a mesa se move na faixa predeterminada e imagens são obtidas
na incidência PA. Essas imagens podem então ser reconstruídas para
garantir a visualização de todo o membro inferior (Fig. 21.61) ou podem ser
vistas individualmente (Fig. 21.62).
A respiração é suspensa para obtenção da imagem.
 
LlNFOGRAFIA
Objetivo
Linfografia é realizada para visualizar os vasos linfáticos e linfonodos.
Procedimentos em membros inferiores são os mais comuns e serão
discutidos nesta seção; no entanto, procedimentos em membros superiores
podem ser feitos.
Embora a TC tenha substituído amplamente a linfografia na avaliação dos
linfonodos, a linfografia é indicada em certas situações.

Indicações Patológicas
As indicações patológicas para linfografia incluem as seguintes:
Avaliação dos linfáticos no estagiamento das doenças malignas,
especialmente em cânceres cervicais e prostáticos
Avaliação do linfoma de Hodgkin
Edema periférico

Contra-indicações
A linfografia é contra-indicada para pacientes sensíveis a iodo, com doença
pulmonar avançada (o contraste é oleoso e terminará nos pulmões através
do ducto torácico), e para pacientes submetidos a radioterapia pulmonar
recentemente. Pacientes com tremores marcantes também não são
candidatos a esse procedimento, pois os vasos são frágeis e o tempo
de injeção é longo.

Técnica
A linfografia pode ser realizada na sala de raios X geral; fluoroscopia não
é necessária. Assim como a angiografia, o procedimento é realizado em
condições assépticas.
Como os vasos linfáticos não são identificados, um corante azul é injetado
no subcutâneo interdigital entre o 1.° e 2° pododáctilos. Após 15 a 20
minutos, os pés são preparados, e o local de dissecção é isola­do após a
colocação de campos estéreis. É feita anestesia local e em seguida a
dissecção. Quando os pés são incisados, os vasos linfáticos são
identificados como finas linhas azuis (os vasos linfáticos captaram o corante
azul). O linfático de cada pé é cateterizado e é iniciada a injeção do contraste.
Após o procedimento, a incisão é suturada.
 
Contraste
Um injetor automático é usado para fornecer aproximadamente 6 ml de
contraste para cada pé. Isso é fornecido lentamente, em cerca de 45
minutos, devido ao tamanho e à fragilidade dos vasos. É um agente
iodado oleoso; agentes hidrossolúveis são absorvidos muito rapidamente
para os fins desse procedimento.

Imagem
Durante a injeção, o procedimento padrão é obter uma imagem da
perna ou coxa para garantir que o contraste esteja progredindo
satisfatoriamente nos vasos linfáticos.
Aproximadamente 1 hora após a injeção, uma série de imagens é obtida.
Essa série de imagens demonstra os vasos linfáticos (Fig. 21 .63). Cerca
de 24 horas mais tarde, outra série de imagens é obtida para visualizar
os linfonodos (Fig. 21.64). O contraste permanecerá nos linfonodos por
3 a 4 semanas.
A série de imagens é focalizada na pelve e região abdominal inferior.
Incidências AP e posições laterais ou oblíquas são usadas para demonstrar
completamente as estruturas.

Riscos e Complicações
Riscos para o paciente que se submete a uma linfografia incluem infecção
na incisão, embolia oleosa e reação ao contraste.